terça-feira, 14 de julho de 2020

ENTRE ORWELL E HUXLEY


Por Rogério Linhares

   A habilidade de sonhar e especular o futuro parece ser uma das principais características do ser humano. Gostamos de imaginar mundos perfeitos ou disfuncionais. A expressão UTOPIA vem do grego e significa “lugar nenhum”, ela foi cunhada no século 16 por Thomas Morus no sentido de sociedade perfeita e ideal. Já a expressão DISTOPIA, proveniente também do grego e significando “lugar ruim”, apareceu apenas no século XIX por meio de Stuart Mill e tem o sentido oposto de utopia.

    A partir da década de 30, enquanto regimes totalitários como o fascismo, o nazismo e o comunismo se espalhavam pelo mundo, dois grandes autores de distopias sugiram no campo literário. Em 1932 Aldous Huxley publica o livro ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, uma distopia sombria e aterradora. Nela não existem famílias, isto é, pais, mães e casamentos. O sexo é livre, mas a concepção de bebês não ocorre pela forma materna e natural, isso é responsabilidade das fábricas de bebês que os modifica geneticamente para nasceram em castas pré-determinadas. Nessa sociedade a diversão está disponível a qualquer um e se alguma coisa der errada existe a “droga da felicidade” chamada de soma. Na distopia narrada por Huxley existem apenas dez áreas civilizadas na Terra e algumas poucas comunidades nativas, consideradas selvagens, que ainda preservam a tradição de família e religião. Um líder civilizado chega a afirmar: “O mundo agora é estável... as pessoas são felizes, têm o que desejam e nunca desejam o que não podem ter. Sentem-se bem, estão em segurança... não se acham sobrecarregadas de pais e mães; não têm esposas, nem filhos, nem amantes por quem possam sofrer emoções violentas... E se, por acaso, alguma coisa andar mal, há o soma.”

   Em 1948, apenas três anos após o termino da Segunda Guerra Mundial, George Orwell publica o livro 1984, outra distopia tenebrosa e assustadora, mas por um ângulo completamente diferente do de Huxley. Por essa obra Orwell tece duras criticas aos regimes totalitários comunistas, especialmente ao stalinismo da URSS. Em 1984 o mundo está dividido entre três países em uma guerra sem fim e as pessoas são manipuladas pela "novilíngua”, isto é, pela linguagem politicamente correta que tem como finalidade evitar a liberdade expressão e consequentemente impedir o surgimento de ideias indesejadas. Nessa obra, as ditaduras totalitárias buscam censurar as vozes divergentes pela destruição dos adversários, pelo domínio do conhecimento e pela disseminação de um ponto de vista único e monopolizado da verdade.

   O critico Neil Postman, em um livreto de 1985 intitulado “Nos Divertindo Até Morrer”, faz uma belíssima diferenciação entre a distopia de Huxley e de Orwell. Segundo ele “o que Orwell receava era aqueles que proíbem livros; Huxley receava que se chegasse a uma situação em que não era necessário proibir livros, porque ninguém queria ler. Orwell temia que nos privassem da informação; Huxley temia que a informação fosse tão abundante que acabaríamos por nos tornar passivos e desinteressados. Orwell imaginava que nos escondessem a verdade; Huxley que a verdade se perdesse num mar de irrelevância. Orwell dizia que nos tornaríamos uma cultura controlada; Huxley falava da trivialização da cultura... Em ‘1984’ as pessoas são controladas pela dor. Em ‘Admirável mundo novo’ o controle é exercido pelo prazer. Resumindo, Orwell receava que o medo nos destruísse, enquanto que Huxley temia que a nossa destruição fosse feita pelo desejo.”

   Arthur Schopenhauer dizia que “a vida oscila, como um pêndulo, de um lado para o outro”. Após a queda da União Soviética e o fim da Guerra Fria os Estados Unidos garantiu hegemonia no mundo capitalista e parecíamos avançar indubitavelmente para a sociedade distópica de Huxley. Nos últimos anos, com o avanço da influencia da ditadura chinesa, as democracias ocidentais vem se fragilizando e corremos o risco de vivenciarmos a distopia de Orwell. Muitos são os sinais que indicam essa mudança de direção. A cada dia o “estamento burocrático” nos impõe uma linguagem politicamente correta que inviabiliza o debate, busca incansavelmente o monopólio da verdade pela censura das vozes discordantes nas redes sociais, usando como álibi o combate as fake news e elabora uma jurisprudência que criminaliza qualquer oposição como antidemocrática. Devemos ficar atentos, pois assim como o sapo da panela fria (que vai esquentando aos poucos) não percebe a morte iminente, corremos o risco de não enxergarmos, ou enxergarmos tarde demais, que o mundo concebido por Orwell pode está mais próximo do que imaginamos.


quarta-feira, 24 de junho de 2020

A PSICOLOGIA DO FANÁTICO

Por Rogério Linhares

“Do fanatismo à barbárie não há mais do que um passo.” Denis Diderot

   Viktor Frankl foi um dos maiores psiquiatras da história, ficou famoso pela criação da logoterapia, método terapêutico inovador, baseado na busca pelo sentido da vida. De origem judaica, foi preso e levado ao campo de concentração nazista de Kaufering (Alemanha). Seu pai e sua esposa morrem de exaustão e sua mãe é enviada às câmaras de gás. Viktor vive três anos sob condições horrendas. Após a libertação escreve o livro Em Busca de Sentido (1946) e começa a refletir sobre o que pode levar pessoas “normais” ao fanatismo e, assim como os nazistas, cometerem atrocidades inomináveis. Segundo ele, o fanático possui duas características essenciais: suprimi a sua individualidade em nome da coletividade e impossibilita a manifestação da individualidade alheia.
   Todo fanático anula sua individualidade para se amoldar ao pensamento coletivo. Ele não aceita pensar por si, a ter independência para avaliar de acordo com os seus valores. O fanático está amarrado aos raciocínios e concepções do grupo ao qual diz pertencer (que pode ser uma seita, um partido, uma ideologia ou uma filosofia). Em vez de valorizar a autonomia individual ele se prende a hegemonia do pensamento coletivo. Todos os fundamentalistas religiosos da história e os regimes totalitários que já existiram (como o fascismo, o nazismo e o comunismo) criaram exércitos de fanáticos obrigando-os a aceitarem o coletivismo de suas seitas ou de seus partidos. O individualismo, como valorização das características individuais, tem má fama, por isso o prêmio Nobel de economia de 1977, Frederick Hayek, escreveu: “O Individualismo tem hoje má-fama, associado a egoísmo ou egotismo. Mas o individualismo do qual falamos em oposição a socialismo e a todas as outras formas de coletivismo não possui nenhuma conexão necessária com aquelas acepções. [...] Mas as características essenciais do individualismo [...] são o respeito pelo homem individual na sua qualidade de homem, isto é, a aceitação de seus gostos e opiniões como sendo supremos dentro de sua esfera [...]”
   Todo fanático também tenta impedir a manifestação da individualidade alheia. Primeiro ele anula sua individualidade e em seguida tenta proibir a expressão da individualidade dos outros. Toda diferença precisa ser combatida em nome de um “propósito maior”, que pode ser o “combate as desigualdades de classe” (no caso do socialismo/comunismo) ou a purificação da raça (no caso do fascismo/nazismo). A igualitarização, mesmo forçada, é a meta. O fanático não aceita que outros discordem dele, sendo assim, é preciso silenciar, por qualquer meio possível, toda voz discordante. Ele estabelece que os direitos e as responsabilidades de um indivíduo devem ser definidos pelo coletivo, atendendo sempre ao ‘’bem-comum’’. O fanático prefere a padronização a sua imagem e semelhança, pois a diversidade de ideias lhe é visto como ameaçadora e por isso deve ser combatido a qualquer custo.

Diariamente devemos, com cautela, nos fazer duas perguntas para não submergirmos no pântano do fanatismo: “eu valorizo minhas características individuais?” E mais, “eu incentivo a manifestação da individualidade dos outros?”. Caso a resposta seja negativa em qualquer das perguntas é sinal de que estamos deslizando para o mesmo fanatismo que marcou o nazi-fascismo ou o sócio-comunismo, todas coletivistas, nas quais o individuo não tinha valor e era considerado apenas uma peça da engrenagem social, podendo ser descartado e substituído por qualquer motivo.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

A CRISE DE 1929 E A CRISE DE 2020

  Por Rogério Linhares

   A Crise de 1929 ocasinou, apenas nos Estados Unidos, o fechamento de 5 mil bancos, 80 mil fábricas, 32 mil casas comerciais e um total de 15 milhões de desempregados. A fome, a miséria, a depressão e a morte se tornaram companheiras constante do povo americano. No início da crise, em um único ano, ocorreram 23 mil suicídios.

   Alguns analistas estão afirmando que essa crise do coronavírus no Brasil, caso o confinamento permaneça total por meses, pode elevar o desemprego que hoje é de 11 milhões de pessoas para a marca histórica de 40 milhões. Não é difícil imaginar a tragédia social, política e econômica em que o nosso país pode mergulhar se não adotarmos a quarentena vertical (apenas os doentes e de risco).

   Geralmente os que defendem a quarentena horizontal (de todos) afirmam que estão defendendo a vida de muitas pessoas (pois é melhor salvar vidas que pensar na economia, dizem). Entretanto, caso não adotemos a quarentena vertical o número de mortes por suicídio, fome e doenças (em consequência da subnutrição, como ocorreu durante a Peste Negra na Europa, no período da Idade Média) pode ser bem maior.
  Queira Deus que o Brasil não chegue a esse ponto!!!!

domingo, 19 de abril de 2020

O CANTO DAS SEREIAS, O SOCIALISMO E O CRISTIANISMO

Por Rogério Linhares

   Alguns amigos me perguntam por que abandonei o socialismo. Se o socialismo, dizem, tem um compromisso com os mais pobres e oprimidos, assim como o cristianismo, por que rejeitá-lo como catastrófico e ter por ele uma aversão imensurável? A resposta a essa pergunta não é fácil, mas podemos começar pela mitologia.

   A expressão “o canto da sereia” tem sua origem na mitologia grega. Segundo o mito, as sereias eram criaturas de extraordinária beleza e sensualidade irresistível. Moravam numa ilha do Mediterrâneo e tinham o poder de atrair os navegantes que se aproximavam da ilha graças a uma melodia encantadora e incontrolável. Enlouquecidos pela música sobrenatural os condutores lançavam as embarcações contra as rochas da ilha, naufragavam e eram devorados pelas sereias. Hoje, o termo “o canto da sereia” sugere toda tentativa agradável de ludibriar e enganar alguém.

   O socialismo vende aos cristãos a ideia que é extremamente preocupado com os mais pobres e necessitados. Esse discurso torna-se, para esquerda, “o canto da sereia” a fim de atrair inúmeros fieis incautos. Uma vez do lado deles, os crentes são alvos de um bombardeio ideológico que os descaracteriza do cristianismo tradicional, uma vez que, com o tempo, eles reverenciarão mais Karl Marx e o Capital do que Jesus Cristo e a Bíblia, interpretarão o mundo a partir de um materialismo histórico dialético e não de uma ortodoxia cristocêntrica e vivenciarão uma moralidade líquida (que se adapte as circunstâncias) e não uma moralidade sólida (que perpassa todas as circunstâncias).

   O ódio da esquerda pelo cristianismo tradicional se manifesta de muitas maneiras, uma delas, é a forma como retratam os religiosos conservadores.  Todo e qualquer cristão conservador que não adote seu discurso politicamente correto é retratado pela militância como um monstro horrendo a ser exterminado a todo custo, por isso são desqualificados por eles como fascistas, nazistas, machistas, homofóbicos, misóginos, racistas, etc... Uma vez seduzido pelo “canto da sereia socialista” um cristão poderá fazer vista grossa a toda essa perseguição verborrágica a outros cristãos e ainda padecer de síndrome de Estocolmo.

   A filantropia é uma característica de todo cristão verdadeiro, mas ela por si só não significa nada, pois um individuo dissimulado poderá praticá-la para parecer generoso. Tom Hovestol, no livro A Neurose da Religião, destaca que na época de Jesus nenhum outro grupo religioso era mais filantropo e preocupado com os mais pobres e necessitados que os fariseus. Entretanto, foi a facção que recebeu a mais dura repreensão do Senhor. O texto de Mateus 23 diz que Cristo censurou os fariseus designando-os de “hipócritas”, “sepulcros caiados” e “raça de víboras”. É verdade que existem muitos socialistas sinceros, mas como Mark W. Baker aconselhou, é bom não confundir sinceridade com verdade, pois podemos estar sinceramente errados.

   No mito, segundo Homero em A Odisséia, Ulisses consegue vencer os encantos das sereias pedindo aos seus amigos que o amarrasse no mastro do navio. Isso é o que todo cristão autêntico deve fazer, isto é, estar amarrado em Cristo, em sua Palavra e nos Pais da Igreja para não se deixar levar pelo “canto da sereia socialista” e as verdades fundamentais do cristianismo não venham ser adulteradas por aquilo que tem apenas a “aparência do bem”. Como disse Marinho Lutero “a paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço”.

domingo, 12 de abril de 2020

O CRISTÃO E A POLÍTICA

Por Rogério Linhares

   O economista britânico Arnold Toynbee dizia que “o maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam.” Podemos parafraseá-lo dizendo que o maior castigo para os bons que não gostam de política é ser governado pelos maus que gostam. Esta é uma realidade da qual nenhum cristão pode fugir. Seria uma atitude sabia deixar que os maus decidam o destino dos bons?

   No século XVI, o movimento protestante anabatista afirmava que a política era algo indigno dos cristãos, por isso se dedicavam apenas as atividades eclesiásticas e deixavam a vida publica para os pagãos. Entretanto, neste mesmo período, surgi na Suiça um homem que revolucionaria o pensamento cristão pelas gerações seguintes. Seu nome era João Calvino. Reagindo a essa análise equivocada dos anabatistas, o "príncipe de Genebra", reproduzindo ideias agostinianas, dizia que Deus era o dono de toda nossa vida, isto é, de todas às áreas da vida, incluindo a política. Portanto, era um dever do cristão “remir” todas as instituições humanas corrompidas pelo pecado.

   Ecoando os antigos anabatistas, muitos cristãos da atualidade se esquivam de participar da vida publica e dos debates políticos dizendo que isso não faz parte de sua missão. Não à toa o escritor Gilberto Freire, autor do livro Casa Grande e Senzala, criticou o protestantismo brasileiro dizendo que ele gerava gramáticos, e não literatos. Essa teologia voltada exclusivamente para dentro da igreja é do interesse dos que não querem mudança no sistema corrupto e viciado. Além de contar com essa ajuda teológica, os inimigos do cristianismo tentam imobilizar os religiosos dizendo que o Estado é laico e que lugar de cristão é na igreja. Em algumas congregações, inclusive, discutir política é tabu. Entretanto, Charles Spurgeon, um grande pregador do século XIX, dizia que “só os tolos acreditam que política e religião não se discutem. Por isso os ladrões permanecem no poder e os falsos profetas continuam a pregar ”.

   É de suma importância que os cristãos percebam que a igreja não deve apenas se esforçar para formar bons pastores, evangelistas, missionários e obreiros, mas também bons médicos, advogados, juízes e políticos cristãos. Aqueles para darem continuidade a obra evangélica e estes, como sal e luz, para redimir as instituições carcomidas pela perversão humana. Santo Agostinho em sua obra A Cidade De Deus dizia que o cristianismo, com o seu amor-caritas, continha uma riqueza extraordinária capaz de transforma a política. Do contrario, caso os cristãos mantenham-se omissos do seu dever cívico de participação no mundo secular, para sua transformação, os maus continuarão progredindo no mal e degenerarão todo sistema. Se não agirmos agora como agentes de transformação da sociedade, com o passar do tempo, os bons passarão a ter vergonha de serem bons. Como bem sentenciou Rui Barbosa “de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

Não é certo e nem prudente deixar que os maus decidam o destino dos bons. Precisamos assumir o nosso papel histórico dentro do reino de Deus e do reino dos homens fazendo sempre as seguintes perguntas: se não eu, quem? Se não hoje, quando? Se não aqui? Aonde? Se continuarmos permitindo que os maus corrompam as leis, desvirtuem a administração e pervertam os valores sem fazermos nada seriamos como aquele pastor que preserva o lobo, mas condena as ovelhas.


quarta-feira, 8 de abril de 2020

POR QUE APOIO BOLSONARO

  Por Rogério Linhares   

   Meu apoio a Bolsonaro se deu principalmente pela convergência dos valores essenciais que adotamos. Somos contra o aborto, contra a legalização das drogas, contra a ideologia de gêneros, contra a relativização da pedofilia e da sexualização precoce das crianças, contra as ideias marxistas. Somos a favor dos valores da família e do reconhecimento da importância da cultura judaico-cristã na sociedade ocidental, além disso, convergimos na pauta da escola sem partido. 

      Os valores essenciais são os princípios que norteiam a nossa vida e pelos quais vivemos. Portanto, eles são inegociáveis, pois se comprometemos os nossos princípios arruinamos a nossa integridade. Como Bolsonaro foi o único candidato a adotar esses valores, também foi o único com o qual me comprometi. Martin Luther King dizia que a covardia pergunta se é seguro, o consenso pergunta se é popular, mas o caráter pergunta se é certo. Pelos meus valores era o certo apoiar Bolsonaro, visto que todos os outros candidatos tinham uma visão contraria a eles.

      Muitos amigos pelos quais nutro um profundo respeito me perguntam por que não faço criticas publicas ao governo. Será que ele está acima das criticas? De modo nenhum! Robert Jeffress, no livro Os Segredos de Salomão, comentando Mateus 18, afirma que a lição de Jesus é lidar com o erro de um indivíduo da forma mais particular possível. Em outras palavras, antes de tratar os erros de uma pessoa de forma publica, primeiro é necessário tratar em particular. Tenho, sem duvida, muitas criticas a se fazer ao atual governo, mas por estratégia política e por ética pessoal prefiro fazê-las dentro do circulo de apoiadores de Bolsonaro, assim não fortalecerei os adversários em suas batalhas contra o governo. Dentre os apoiadores, as críticas e repreensões não só são bem vindas como são necessárias, pois como disse Salomão “fiéis são as feridas feitas pelo que ama, mas os beijos do que aborrece são enganosos” (Pv 27.6).

terça-feira, 25 de setembro de 2018

O ERRO DA NEUTRALIDADE



Por Rogério Linhares


“Devemos sempre tomar lados. A neutralidade ajuda o algoz, nunca a vítima." (Elie Wiesel)


Observando atualmente inúmeros amigos cristãos, percebo que enquanto o país passa por uma profunda crise política, moral e institucional muitos deles se escondem sob o manto da neutralidade para não perder amigos ou por medo de retaliações. Estas pessoas não gostam de se posicionar sobre temas polêmicos, manifestar-se politicamente ou mesmo defender aquilo em que acreditam.

Jamais devemos ficar neutros ante a verdade e a justiça sob pena de comprometermos o nosso caráter. O Novo Testamento é claro em relação a isso. Certa vez Jesus afirmou que “quem não é comigo é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha” (Lucas 11:23). Para Jesus ou você é ou não é, não existe meio termo. A igreja de Laodicédia foi condenada por Cristo em Apocalipse por ser neutra em sua fé: “conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3:15,16). Não se posicionar é omissão e omissão é pecado. São Tomás de Aquino resumiu bem essa perspectiva quando declarou que : “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é negá-la”.

Dante Aligheri , na obra clássico A Divina Comédia, afirma que o inferno está dividido em 34 moradas ocupadas de acordo com a gravidade dos pecados dos condenados. Ele também diz que antes dos círculos infernais, em um “vestíbulo”, existe um lugar reservado aos ignavos, isto é, aos medrosos, covardes e tímidos, que nas palavras de John F. Kennedy "escolheram a neutralidade em tempos de crise”. A obra de Dante é só uma alegoria, mas traz um fundo moral inquietante aos cristãos modernos. Os bárbaros da atualidade querem aniquilar todos os pilares da civilização judaico-cristã que foi duramente construído até agora. A fúria desconstrutiva deles está voltada contra a família, a religião e a propriedade. A neutralidade nesse cenário é colaborar com o inimigo.

Não podemos nos esconder em nossas igrejas enquanto os agentes da inversão lutam diuturnamente para inverter nossos valores e destruir a ordem social. A agenda deles, relativa aos valores, inclui a legalização do aborto, ideologia de gênero, legalização da maconha, relativização da pedofilia, dentre outras. Em relação a ordem social temos hospitais jogados as traças, 60 mil homicídios por ano, 12 milhões de desempregados, falência da educação e corrupção generalizada. Se permanecermos dentro de quatro paredes discutindo teologia desprovida de um senso de dever social poderemos está condenando toda a nossa comunidade ao caos. Seria como tocar harpa enquanto Roma pega fogo. Conta-se que C.S. Lewis (autor de AS CRÔNICAS DE NÁRNIA), durante a Segunda Guerra Mundial, quando professor de literatura medieval e renascentista na Universidade Oxford, se direcionou aos seus colegas em 1939, com a seguinte repreensão: “O que estamos fazendo aqui em estudar filosofia e literatura medieval, enquanto a Europa está em guerra? Como podemos continuar com nossos interesses e nossas plácidas ocupações quando as vidas e as liberdades de nossos irmãos europeus estão em perigo? Não estamos também tocando violino enquanto Roma se incendeia?”. Ficar inerme é uma escolha que poderá voltar-se contra si mesmo, pois a Venezuela é um lembrete constante de um povo que percebeu tarde demais as consequências de não fazer nada.

Os cristãos são pacifistas por natureza e não gostam do embate político. Entretanto, devemos lembrar que embora Jesus fosse pacifista e amoroso ele também tinha um forte compromisso com a verdade e a justiça, por isso perdoava pecados e curava doentes ao mesmo tempo que com um chicote expulsava cambistas inescrupulosos do templo e repreendia os fariseus chamando-os de sepulcros caiados e raça de víboras. Lembre-se do que David Horowitz, autor do livro "A Arte da Guerra Política”, disse:  “Conservadores são decentes demais para a política e é por isso que não gostam de política... A esquerda vive na luta, eles vivem para lutar, para confrontar, para comprar briga e incomodar. E é por isso que são tão bem sucedidos em acusar os outros, em apontar o dedo, em constranger e silenciar os adversários, em enfraquecer o outro lado. Nós não expomos suas hipocrisias, suas mentiras, não mostramos os erros das reportagens que criam, preferimos acreditar que é tudo uma questão de diferença de opinião que pode ser resolvida numa conversa. Precisamos de conservadores dispostos a ir para a guerra, a responder fogo com fogo.”


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A ESQUERDA QUER SER DONA DE NOSSA ”ALMA”

Por Rogério Linhares

A alma humana, compreendida como aquela capacidade de pensar, sentir e agir é um bem imaterial de significado inestimável. Para o filosofo Luiz Felipe Pondé a propriedade privada de um indivíduo é composta não apenas por seus bens materiais, ela também abrange os imateriais. A sacralidade e a inviolabilidade da propriedade privada era tão bem delimitada pelos hebreus antigos que os 10 mandamentos contemplou essa percepção quando alertou para “não roubarás”. 

Ocorre que marxistas nunca aceitaram bem a noção de propriedade privada. Usando por base as ideias de Rousseau, eles passaram a afirmar que ela era a causa da “infelicidade” e da “desigualdade” entre os homens. Socialistas e comunistas de todas as tonalidades vêm lutando continuamente para ter o domínio político, econômico e cultural sobre o homem, e consequentemente de sua alma, com o objetivo de reformá-lo a seu bel prazer. Isso aconteceu na Rússia a partir de 1917. O êxito do novo regime fez com que Aleksandr Zinovyev popularizasse o termo Homo Sovieticus para fazer referencia ao nível de evolução humano alcançada pelo sucesso da engenharia social marxista na URSS.

Atualmente, sendo fiel a sua tradição, a esquerda luta diuturnamente para ser dona de nossa alma. Ela não admite que indivíduos pertencentes a minorias sob sua tutela possam pensar, sentir ou agir de uma forma diferente da sua. Permanecer em uma “senzala ideológica” onde os interesses individuais devam se submeter aos interesses coletivos é o objetivo primordial deles. É por isso que ficam horrorizados e consideram inadmissíveis quando um negro não se submete ao movimento negro, quando uma mulher não segue as orientações do movimento feminista, quando um gay recusa as prescrições do movimento LGBT, ou ainda, quando um professor não aceita as determinações de seu sindicato. 

Essa visão marxista é arrogante, exclusivista e tem proporções superlativas. Primeiro, por que parte da ideia de que não existe salvação a não ser neles. E segundo, por que está implícita a percepção de que todos os males da sociedade advém do fato deles não estarem no controle. Esse ponto de vista messiânico remete a uma religião sem Deus ou a uma religião laica onde o Estado é deus, o capitalismo é o diabo, as elites os demônios, os intelectuais do partido profetas e o futuro dourado da utopia socialista o céu.

A esquerda prega tolerância e respeito a todos os divergentes, contanto que pertençam ao seu grupo. Eles se recusam a notar que a felicidade e satisfação de alguém podem não está em seu circulo ideológico e que todos tem o direito de buscar a sua própria felicidade em qualquer lugar. Esse direito é inalienável, de modo que Thomas Jefferson, usando como referencia o livro “Um Ensaio sobre a Compreensão do Ser Humano”, do filósofo inglês John Locke, afirmou, na Constituição Americana, o seguinte: “Nós tomamos essas verdades como sendo auto evidentes, que todos os homens são criados iguais, que eles foram dotados pelo seu Criador com certos Direitos inalienáveis, dentre os quais estão a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade”.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

NÃO DÁ MAIS PARA ACREDITAR


Por Rogério Linhares

Não dá mais para acreditar nos mesmos políticos de outrora, enquanto votamos nos candidatos de sempre obtendo permanentemente os mesmos resultados. 

Não dá mais para acreditar que o bandido é uma vítima da sociedade, enquanto a sociedade torna-se, cada dia mais, uma vítima do bandido.

Não dá mais para acreditar no desarmamento da população como meio eficaz de segurança, enquanto os lobos (bandidos) são protegidos com direitos e garantias e as ovelhas (população) caminham desprotegidas para o matadouro.

Não dá mais para acreditar naqueles que só pensam em defender seus interesses e privilégios, enquanto discursam que fazem isso em nome do povo e para o povo.

Não dá mais para acreditar em professores que falam em desenvolver a cidadania e o pensamento crítico, enquanto praticam a doutrinação ideológica em sala de aula e não permitem o contraditório. 

Não dá mais para acreditar naquelas que se dizem feministas e a favor das mulheres, enquanto a revolta delas só acontece quando a ofensa machista é direcionada contra mulheres do seu circulo ideológico. 

Não dá mais para acreditar nas pessoas que se dizem a favor da vida da mãe, enquanto defendem o assassinato de criancinhas inocentes usando como eufemismo a palavra aborto.

Não dá mais para acreditar em movimentos sociais que defendem um segmento da sociedade, enquanto lutam para que os amigos tenham todos os favores possíveis (mesmo não estando na lei) ao mesmo tempo que defendem que os inimigos tenham todos os rigores possíveis (mesmo contra a lei).

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

O BRASIL ESTA PRÓXIMO DE UM MOMENTO DE RUPTURA


Por Rogério Linhares

Todos os povos do mundo passaram por momentos de ruptura com o seu passado histórico. Este período de inflexão pode se dá de forma violenta ou silenciosa, mas sempre acontece dentro de um anseio de mudança.

Atualmente, duas são as forças que se agigantam pelos corações e mentes dos brasileiros: as do establishment e as do antiestablishment. As forças do establishment buscam a manutenção do status quo e representam aquela ordem ideológica, política, econômica e cultural do Brasil que hoje é hegemônica, enquanto que as forças do antiestablishment são todos aqueles que lutam para romper a degradada estrutura de coisas do presente.

O establishment se tornou um sistema de uma casta privilegiada, cheia de políticos corruptos, de empresários apadrinhados inescrupulosos e de um judiciário que não faz justiça, mas luta política. Enquanto a maioria da população sofre com a violência endêmica, o desemprego generalizado, um sistema de saúde em colapso e uma rede de educação falida; a elite do sistema está completamente desconectada das reais e urgentes necessidades do povo adotando como prioridades pautas de pouca relevância social, como a abolição dos canudinhos de plásticos nos restaurantes e a criação de banheiros trans para o público. 

Desde o fim da Ditadura Militar o Brasil foi governado pela esquerda em suas duas vertentes, isto é, a radical (petismo) e a moderada (tucanismo/social-democrata). As forças que lutam pela manutenção do status quo já perceberam que há no seio da sociedade um incontrolável desejo de romper com os privilégios que as subjugam em prol do sistema. A eleição de 2018 no Brasil será uma luta de “vida ou morte” para o establishment e eles farão alianças com o “diabo” para tentar conter qualquer mudança na ordem vigente, com efeito, alguns proporão mudar alguma coisa para que no geral nada mude. 

A inconformidade com o atual modelo da Nova República chegou a um ponto de ebulição em que o establishment já não pode esconder ou controlar a situação. Desde 2013, o filósofo Olavo de Carvalho já assinalava que vivemos o esgotamento de um ciclo, de um momento de ruptura. Recentemente, em um artigo escrito para o jornal americano Washington Post, Fernando Henrique Cardoso se diz preocupara com as “condições revolucionárias” existentes no Brasil e que “os vingadores estão se preparando para cortar as cabeças dos poderosos”, e conclui afirmando que “se a história serve de guia, o fim do processo tende a ser a chegada de um líder providencial, salvador carismático ou homem forte que vem para pôr fim à desordem na terra”.

Não podemos prever o futuro. Só nos resta torcer para que essa revolução não ocorra nos moldes da Revolução Russa de 1917, inspirada no socialismo e nos valores seculares (o PT, por exemplo, prega uma radicalização a esquerda, caso vença a eleição de 2018), mas sim, usando como modelo a Revolução Americana de 1776, inspirada no liberalismo e nos valores judaico-cristãos. QUE DEUS SALVE O BRASIL!!!!!

sexta-feira, 27 de julho de 2018

AINDA SOBRE A CENSURA DO FACEBOOK A PÁGINAS DE DIREITAS

Por Rogério Linhares

Alguns pontos devem ser esclarecidos:

1) Por que somente páginas de direita foram canceladas? Páginas como Mídia Ninja, Brasil 247, Carta Capital, Catraca Livre, e muitas outras de esquerda, que são famosas por fake news, não foram censuradas.

2) Por que somente agora, poucos dias antes da eleição brasileira, fazem isso justo com perfis de direita? A intenção é interferir nas eleições 2018?

3) Quem censura o sensor ou quem vigia o vigia? Quem avaliará o avaliador? Quem provará que o analisador adotará critérios justos para cancelar um perfil? Se o avaliador for de uma corrente ideológica, quem poderá provar que ele não discriminará outras correntes? Quais os critérios para se definir um fake news? Para se ter uma ideia, um dos perfis censurados, o Jornal Livre, republica reportagens de outras fontes, como IstoÉ, Época, Veja, Folha de São Paulo, etc... Entretanto, ele foi censurado e as fontes originais não.

OUTROS PONTOS

a) O site INFOMONEY trouxe artigo mostrando que os fake news podem ser um pretexto para censura ideológica (Ver: https://www.infomoney.com.br/…/fake-news-mais-novo-pretexto…)

b) Segundo a Revista Exame o Ministério Público Federal deu 48 horas para o Facebook explicar as reais motivações da censura (Ver: https://exame.abril.com.br/…/mpf-cobra-explicacoes-do-face…/)

c) Ainda de acordo com a mesma publicação alguns deputados estão se inteirando mais sobre o caso para então verificarem a possibilidade de abrir uma CPI DO FACEBOOK para comprovar a censura, o que seria antidemocrático e antirrepublicano (Ver: https://exame.abril.com.br/…/coordenador-de-frente-parlame…/)

d) Ver também um texto que publiquei no meu Blog CONVERSA FRANCA denominado A HEGEMONIA DE ESQUERDA E AS FAKE NEWS (https://confran.blogspot.com/…/a-hegemonia-de-esquerda-e-os…)

SOBRE A CENSURA DO FACEBOOK A PÁGINAS DE DIREITA

Por Rogério Linhares
 
Há alguns dias vi inúmeras pessoas comemorando a censura de mais de 200 páginas do ativismo de direita. Isso me tez chegar a seguinte conclusão:

1) Muitas pessoas que vivem taxando os outros de intolerantes possuem dentre de si um forte traço autoritário. Tenho a convicção que não pestanejariam duas vezes para transformar o Brasil em uma Venezuela ou Nicarágua.

2) Em um Estado Democrático de Direito existe uma forte diferença entre direita e esquerda, a saber:

a) Enquanto a DIREITA adota o lema "não concordo com uma única palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo".
b) A ESQUERDA assume que "não concordo com uma única palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o vosso direito de ficar calado".

Liberdade de expressão não é defender somente aquilo que quero ouvir, mas também o direito de alguém falar o que não quero escutar. SE VOCÊ DEFENDE HOJE A CENSURA PARA SEUS ADVERSÁRIOS O PRÓXIMO A SER CENSURADO PODE SER VOCÊ!!!!!!

terça-feira, 24 de julho de 2018

A ESQUERDA E O “CIDADÃO DE BEM”

Por ROGÉRIO LINHARES

Uma coisa que aprendi, convivendo com inúmeros amigos esquerdistas, é que eles não aceitam bem a expressão “cidadão de bem” e quando a usam o fazem, quase sempre, em sentido pejorativo. Por que pensam assim? São basicamente dois os motivos:

1) Por que esta expressão remete ao “pequeno burguês”, isto é, aquele indivíduo que está preocupado apenas em trabalhar, estudar, praticar a sua religião, e, quando possível, ter momentos de lazer. Este sujeito não é perfeito e partindo da consciência de si mesmo, sabe que o mundo jamais será perfeito, exatamente por isso não está preocupado em fazer revoluções, mas apenas evoluir de baixo para cima por meio de muito esforço e determinação. Daí a aversão da esquerda por ele, pois esta pessoa não tem interesse em promover mudanças radicais da sociedade nas quais possa perder tudo que já conquistou com muito suor e lágrimas.

2) Por que, na concepção esquerdista, a principal causa de corrupção do homem é a sociedade. Rousseau afirmava que o homem é bom por natureza, mas a sociedade é que o corrompe. Essa visão sociológica equivocada da sociedade e do homem faz com que a esquerda acredite que todos, independentemente de qualquer situação, são culpados pelas injustiças e mazelas que existem no mundo. Portanto, aqueles que, embora de forma imperfeita, se dedicam a melhorar a si mesmos para assim mudar o mundo, são vistos de forma desdenhosa. O correto, para eles, é se esforçar para mudar o mundo e assim ser mudado no processo.

Assim sendo, o “cidadão de bem” é uma ameaça para os projetos de poder da esquerda. Embora este cidadão seja, no geral, ordeiro e pacifico, são vistos por eles como retrógrados, reacionários e até fascistas. Este “cidadão de bem” pode até ser um bom pai de família, um bom trabalhador e um cidadão exemplar no cumprimento das leis, mas se ousar discordar de algum ponto da agenda esquerdista ele será considerado um inimigo do “verdadeiro povo” e precisará ser silenciado ou extirpado a qualquer custo. SERÁ QUE ALGUM CIDADÃO DE BEM AINDA TEM CORAGEM DE APOIAR A ESQUERDA?

O SILÊNCIO DOS BONS

Por ROGÉRIO LINHARES

Certa vez Martin Luther King afirmou que o que mais lhe preocupava não era o grito dos maus, mas o silêncio dos bons. Hoje, enquanto os valores estão sendo destruídos e os pilares da civilização ruindo, vejo inúmeras pessoas boas que dizem que não querem se envolver com políticas ou discursos políticos. Muitos têm medo de se posicionarem e serem taxados de radicais.

É sempre bom lembrar que aqueles que nos chamam de radicais são os mesmos que defendem a legalização das drogas, do aborto, da prostituição, da autorização para menores de idade trocar de sexo sem a permissão dos pais, que defendem bandidos afirmando que são “vítimas da sociedade”, que invadem igrejas (com os seios de fora) para constranger padres e pastores, que lutam pela doutrinação ideológica em sala de aula e que se posicionam veementemente contra os valores judaico-cristãos.

Podemos imaginar o que acontecerá se aqueles que nos chamam de radicais triunfarem. Do que adiantará a nossa moderação se o triunfo deles significa o mal para todos, inclusive para nós e nossos filhos? O filosofo Olavo de Carvalho certa vez afirmou que toda moderação na luta contra o erro é um golpe contra a verdade. Que possamos nos posicionar e lutar por aquilo que acreditamos!!! Lembre-se do que Martin Luther King falou em um determinado discurso: “aqueles que não estão preparados para morrer por aquilo acredita também não estão preparados para viver”.

Edmund Burke, pensador do século XVIII, estava certo quando afirmou que o mal triunfa quando os bons se omitem.

O CRISTÃO IDEAL PARA ESQUERDA


Por ROGÉRIO LINHARES

O cristão ideal para a esquerda reverencia muito mais Karl Marx e o Capital do que Jesus Cristo e a Bíblia.

O cristão ideal para a esquerda interpreta o mundo a partir de um materialismo histórico dialético e nunca de uma ortodoxia cristocêntrica.

O cristão ideal para a esquerda se esforça para adaptar os fatos as suas crenças ideológicas, mas jamais as crenças ideológicas aos fatos.

O cristão ideal para a esquerda prega uma moralidade líquida (que se adapte as circunstâncias), mas nunca uma moralidade sólida (que perpassa todas as circunstâncias).

O cristão ideal para a esquerda não se preocupa com 60 mil homicídios por ano de pessoas inocentes, mas fica revoltadíssimo com a morte de qualquer bandido por parte das forças policiais.

O cristão ideal para a esquerda prefere tolerar o lobo e condenar as ovelhas, pois luta para desarmar o cidadão de bem mesmo sabendo que os bandidos jamais se desarmarão.

O CRISTÃO IDEAL PARA A ESQUERDA É O CONTRARIO DO VERDADEIRO CRISTÃO, E PORTANTO, UM HEREGE

REFLEXÃO SOBRE O DESARMAMENTO


Por ROGÉRIO LINHARES

Por que sou contra o desarmamento da população e a favor que o cidadão possa exercer o seu direito de legitima defesa? São dois os motivos:

a) O POLÍTICO: Existe um interesse político de concentrar o poder nas mãos do Estado. Por que será que todo ditador quando chega ao poder a primeira coisa que faz é desarmar a população? Foi isso que aconteceu com Hitler, Stalin, Mao Tsé Tung, Fidel Castro e mais recentemente o ditador Nicolás Maduro da Venezuela. Não é coincidência que o primeiro presidente brasileiro a fazer um desarmamento da população foi o ditador Getulio Vargas. Isso é fácil de deduzir, pois uma população desarmada é uma população que não fará resistência, pelo menos significativa, ao ditador. No livro HITLER E O DESARMAMENTO dá para compreender por que os judeus foram facilmente dominados pelos nazistas.

b) O SOCIAL: Ao contrario do que se dizem por aí que mais armas significa mais violência, os estudos sérios sobre o assunto demonstram o oposto (ver os livros VIOLÊNCIA E ARMAS de Joyce Malcoln e o PRECONCEITO CONTRA AS ARMAS de John Lott). Vejam o caso da Suíça e dos EUA, que são países extremamente armados e onde os índices de homicídios são baixíssimos. Na suíça o índice de homicídio é de 0,5 por 100 mil habitantes e o dos EUA é de 4 por 100 mil habitantes. O índice do Brasil é de 32 por 100 mil habitantes. Segundo a ONU quando o índice de homicídio passa de 10 por 100 mil habitantes a violência é considerada epidêmica. Entretanto, alguém pode argumentar: mas a Suíça e os EUA são diferentes, o Brasil se encontra em outro contexto!!!!! Ok, peguemos como exemplo o caso do Paraguai, que tem um nível social igual ao nosso. Em relação ao porte legal de armas, o Paraguai tem uma das legislações menos restritivas dos países da América do Sul e lá o índice de homicídio é de apenas 7,9 por 100 mil habitantes. Peguemos também o Brasil da década de 80 quando era mais fácil para um cidadão ter uma arma legal; nesse período o índice de homicídio era apenas de 11 por 100 mil habitantes. A conclusão lógica é que o desarmamento só desarma o cidadão de bem e não o bandido, pois este, por ser um fora da lei, continuará andando fora da lei com a existência de uma lei de desarmamento. Aí alguém pode argumentar: então vamos voltar ao Velho Oeste? Quem dera, segundo Bené Barbosa , autor do livro MENTIRAM PRA MIM SOBRE O DESARMAMENTO, a taxa de homicídio do Velho Oeste Americano era apenas 1,5 por 100 mil habitantes. 

Caso as leis brasileiras se tornassem menos restritivas ao porte legal de armas as pessoas não passariam a adquiri-las como se compra balas no supermercado. Haveriam uma série de requisitos, tais como: 1) Análise psicotécnica, para avaliar se uma pessoa tem uma tendência a violência; 2) Ficha limpa, para verificar se a pessoa tem alguma passagem pela polícia; 3) Curso de tiro, para aprender a manusear a arma e usá-la no momento certo; 4) Residência e emprego fixo, para ser mais fácil as autoridades encontrá-lo caso cometa algum ilícito.

O Estatuto do Desarmamento foi criado em 2003 como uma forma de diminuir as taxas crescentes de homicídios no Brasil. Todavia, não foi o que aconteceu. No ano anterior a criação do Estatuto o índice de homicídios no Brasil estava em 49 mil por ano. Hoje o índice de homicídio passa dos 60 mil. TUDO ISSO DEMONSTRA O COMPLETO FRACASSO DA ATUAL POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA ENVOLVENDO O DESARMAMENTO