terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Legalização da maconha

CARLOS ALBERTO DI FRANCO - O Estado de S.Paulo 


     O Uruguai, que já permitia o consumo de maconha, legalizou a produção e a venda da droga. A nova lei foi aprovada no Senado por 16 votos a 13 e deverá entrar em vigor no primeiro semestre de 2014. Pela nova legislação, os uruguaios e estrangeiros que residem no país e têm mais de 18 anos poderão comprar até 40 gramas da erva por mês em farmácias credenciadas pelo governo. Os defensores da liberação, armados de uma ingenuidade cortante, acreditam que a legalização reduzirá a ação dos traficantes. Mas ocultam uma premissa essencial no terrível silogismo da dependência química: a compulsividade. O usuário, por óbvio, não ficará no limite legal. O tráfico, infelizmente, não vai desaparecer. 

     A psiquiatra mexicana Nora Volkow é uma referência na pesquisa da dependência química no mundo. Foi quem primeiro usou a tomografia para comprovar as consequências do uso de drogas no cérebro. Desde 2003 na direção do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, nos Estados Unidos, Volkow é uma voz respeitada. No momento em que recrudesce a campanha para a descriminalização das drogas, suas palavras são uma forte estocada nos argumentos politicamente corretos. 

     A cientista foi entrevistada pela revista Veja, em março de 2010. A revista trouxe à baila um crime que chocou a sociedade. O cartunista Glauco Villas Boas e seu filho foram mortos por um jovem com sintomas de esquizofrenia e que usava constantemente maconha e dimetiltriptamina (DMT), na forma de um chá conhecido como Santo Daime. "Que efeito essas drogas têm sobre um cérebro esquizofrênico?" A resposta foi clara e direta: "Portadores de esquizofrenia têm propensão à paranoia, e tanto a maconha quanto a DMT (presente no chá do Santo Daime) agravam esse sintoma, além de aumentarem a profundidade e a frequência das alucinações. Drogas que produzem psicoses por si próprias, como metanfetamina, maconha e LSD, podem piorar a doença mental de uma forma abrupta e veloz", sublinhou a pesquisadora. 

     Quer dizer, a descriminalização das drogas facilitaria o consumo das substâncias. Aplainado o caminho de acesso às drogas, os portadores de esquizofrenia teriam, em princípio, maior probabilidade de surtar e, consequentemente, de praticar crimes e ações antissociais. Ao que tudo indica, foi o que aconteceu com o jovem assassino do cartunista. A suposição, muito razoável, é um tiro de morte no discurso da ingenuidade. 

   Além disso, a maconha, droga glamourizada pelos defensores da descriminalização, é frequentemente a porta de entrada para outras drogas. "Há quem veja a maconha como uma droga inofensiva", diz Nora Volkow. "Trata-se de um erro. Comprovadamente, a maconha tem efeitos bastante danosos. Ela pode bloquear receptores neurais muito importantes." Pode, efetivamente, causar ansiedade, perda de memória, depressão e surtos psicóticos. Não dá para entender, portanto, o recorrente empenho de descriminalização. Também não serve o falso argumento de que é preciso evitar a punição do usuário. Nenhum juiz, hoje em dia, determina a prisão de um jovem por usar maconha. A prisão, quando ocorre, está ligada à prática de delitos que derivam da dependência química: roubo, furto, pequeno tráfico, etc. Na maioria dos casos, de acordo com a Lei n.º 9.099/95, há aplicação de penas alternativas, tais como prestação de serviços à comunidade e eventuais multas no caso de réu primário. 

     Caso adotássemos os princípios defendidos pelos lobistas da liberação, o Brasil estaria entrando, com o costumeiro atraso, na canoa furada da experiência europeia. Todos, menos os ingênuos, sabem que, assim como não existe meia gravidez, também não há meia dependência. É raro encontrar um consumidor ocasional. Existe, sim, usuário iniciante, mas que muito cedo se transforma em dependente crônico. Afinal, a compulsão é a principal característica do adicto. Um cigarro da "inofensiva" maconha preconizada pelos arautos da liberação pode ser o passaporte para uma overdose de cocaína. Não estou falando de teorias, mas da realidade cotidiana e dramática de muitos dependentes. Transcrevo, caro leitor, o depoimento de um dependente químico. Ele fala com a experiência de quem esteve no fundo do poço. 

"Sou filho único. Talvez porque meus pais não pudessem ter outros filhos, me cercavam de mimos e realizavam todas as minhas vontades. Aos 12 anos comecei a fumar maconha, aos 17 comecei a cheirar cocaína. E perdi o controle. Fiz um tratamento psiquiátrico, fiquei nove meses tomando medicamentos e voltei a fumar maconha. Nessa época, já cursava medicina e convenci os meus pais de que a maconha fazia menos mal que o cigarro comum. Meus argumentos estavam alicerçados em literatura e publicações científicas. Eles mal sabiam que estavam sendo enganados, pois, além de cheirar, também passei a injetar cocaína e dolantina, que é um opiáceo. Sofri uma overdose e só não morri porque estava dentro de um hospital, que é o meu local de trabalho. Após essa fatalidade, decidi me internar numa comunidade terapêutica e, hoje, graças a Deus, estou sóbrio. O uso moderado de maconha sempre acabava nas drogas injetáveis. Somente a sobriedade total, inclusive do álcool, me devolveu a qualidade de vida que não pretendo trocar nem por uma simples cerveja ou uma dose de uísque." A.S.N., médico de Ribeirão Preto (SP), é ex-interno da Comunidade Terapêutica Horto de Deus (www.hortodedeus.org.br). 

     As drogas estão matando a juventude. A dependência química não admite discursos ingênuos, mas ações firmes e investimentos na prevenção e na recuperação de dependentes. A todos, um feliz Natal! 

DOUTOR EM COMUNICAÇÃO PELA UNIVERSIDADE DE NAVARRA, É DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DO INSTITUTO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS SOCIAIS E-MAIL: DIFRANCO@IICS.ORG.BR

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Porta dos Fundos: lugar por onde só sai fezes

Sidney Silveira



      Aprendemos nas aulas de biologia que alguns bichos, como o escaravelho, se alimentam de merda. Há espécies deles, como o popular escaravelho vira-bosta, que parecem comprazer-se sumamente em suas atividades excrementícias, pois juntam considerável quantidade de cocô alheio — não raro muito superior ao peso do próprio corpo — e rolam essas volumosas bolas de fezes até as suas tocas, onde se empanzinam de esterco ao ponto de se sentirem repletos e regalados como os mais insaciáveis glutões de que se tem notícia. Por exemplo? O rico romano Trimalcião, personagem do Satyricon de Petrônio, que, para exibir-se perante comensais devoradores de chouriços e lingüiças, manda estripar um porco à frente de todos. Em resumo, degustar dejetos é a natural apetência desse escaravelho, êxtase merdoso no qual a sua vida alcança o ápice. 

      Ora, que besouros esquisitos comam dejetos até a repleção, vá; assim cumprem certa função na natureza e contribuem para o equilíbrio de alguns ecossistemas. Mas que homens se empanturrem de cocô mental, encontrando nesta infausta atividade alguma graça, por menor que seja, é um mistério absolutamente irresolvível para os maiores gênios que a filosofia já produziu, desde a Antiguidade mais remota aos tempos atuais. 

      Refiro-me ao grupo de “humoristas” chamado Porta dos Fundos, cujo sucesso é um dos vários signos distintivos do oceano de insanidade em que o Brasil se afoga. Trata-se de jovens flagrantemente estúpidos que se imaginam intelectuais a fazer humor “crítico”, em boa parte voltado contra a religião — particularmente a católica. Pelas entrevistas de algumas dessas criaturas em programas não menos lamentáveis que o tipo de “humor” que pensam praticar, de imediato se aquilata o quanto se irmanam nestas cabeças-de-bagre duas coisas que, juntas, são sempre nitroglicerina: soberba e ignorância. O rapazola chamado Gregório Duvivier a falar sobre ateísmo, por exemplo, deixaria os ateus teóricos de antanho vexados! Certamente lhe chutariam os fundilhos e o expulsariam pela porta dos fundos do seu clube. 

      Infelizmente, não estou à frente de um programa de entrevistas desses, pois reduziria a pó-de-mico o discurso desses pobres-diabos, com requintes de crueldade intelectual. Mas, como isto jamais acontecerá, limito-me a fazer referência a alguns dos últimos episódios desta camarilha de ignaros pretensiosos — sobretudo o blasfemo e sacrílego especial de Natal — para dizer o seguinte: todos os advogados, juízes, representantes do Ministério Público, procuradores e desembargadores católicos em geral, gente que conhece bem os trâmites do Judiciário, têm o DEVER de encher essas pessoas com tantos processos que elas passem o próximo ano tendo imenso trabalho para responder um a um. Os crimes que cometeram, sob o falso pretexto da “liberdade de expressão”, constam do Código Penal brasileiro. 

       Mas não basta isto: a idéia de levar adiante campanhas de boicote aos patrocinadores dessa turma é excelente, pois a dor no bolso é a melhor medida para pôr à prova as convicções de tais personagens. Um dos patrocinadores é a CERVEJA ITAIPAVA! Sugiro que entupam os e-mails da empresa (pelo link http://www.cervejaitaipava.com.br/, onde há uma área de contato), assim como o telefone de atendimento 08007279998, alertando para o fato de que, a continuar o patrocínio, o grupo que produz a cerveja pode ter reveses jurídicos e, o que é pior, problemas com a sua imagem institucional. 

     Quanto a Fábio Porchat, um dos mais conhecidos da trupe, não resistiria a cinco minutos de sabatina com um bom entrevistador que questionasse o ataque sistemático que, sob a falsa capa do humor, o grupo anda fazendo à religião por cujo intermédio foram lançadas todas as bases da civilização que, entre outras coisas, hoje rui tendo como símbolo da queda pessoinhas como ele, culturalmente patéticas porém de um esperto senso de oportunismo. Ele passará; ela não. Pela portinha dos fundos desse pessoal sai uma bosta que nem o mais faminto escaravelho suportaria comer...

P.S. Perdoem os amigos pela referência chula, desta vez inescapável, no título deste breve texto.

FONTE: Contra Impugnantes

VÍDEO

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A morte de JK: o acidente e a farsa

NÃO SE CONSEGUE ENCONTRAR UM ARGUMENTO SÓLIDO, BALIZADO, LÓGICO E TÉCNICO QUE POSSA APOIAR A TESE DE ASSASSINATO


     Desde o século XVIII, cerca de 90 líderes políticos foram assassinados em todo o mundo. Entre as vítimas mais famosas estão, por exemplo, Maria Antonieta, Indira Gandhi e Abraham Lincoln. Mas o crime de maior repercussão foi o assassinato do presidente americano John F. Kennedy. Em Dallas, cidade onde Kennedy foi morto, existe um prédio de seis andares com fotos, vídeos e teorias sobre as circunstâncias da morte. Após percorrer todas as dependências, o visitante sai com mais dúvidas sobre o verdadeiro autor dos disparos do que quando entrou no museu.

     No Brasil, também há inúmeros questionamentos sobre a morte de políticos e presidentes. Vira e mexe, são discutidos fatos relacionados às mortes de Jango, Castello Branco, Lacerda, Costa e Silva, Tancredo e Juscelino Kubitschek. Na maioria das vezes, as “teorias conspiratórias” apenas criam uma versão mais gloriosa para mortes naturais.

    Na semana passada, a Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo divulgou documento no qual “declara o assassinato de Juscelino Kubitscheck de Oliveira, vítima de conspiração, complô e atentado político na Rodovia Presidente Dutra, em 22 de agosto de 1976...”

     Curiosamente, a conclusão dos vereadores é literalmente contrária àquela da Comissão Externa constituída em 2001, na Câmara dos Deputados, requerida pelo ex-deputado Paulo Octávio, casado, justamente, com a neta de JK. Após ouvir inúmeros depoimentos, viajar ao Chile atrás de eventuais conexões com a Operação Condor e reconstituir a última viagem de JK, a comissão foi taxativa: “Por mais que se exercite a imaginação e a criatividade, não se consegue encontrar um argumento sólido, balizado, lógico e técnico que possa apoiar a tese de assassinato... Os menores detalhes não passaram despercebidos. Investigamos todas as dúvidas, todas as suspeitas. À medida que as questões foram sendo esclarecidas e respondidas, a conclusão foi-se impondo inexoravelmente. Ao final destes trabalhos, não restam mais dúvidas de que a morte de Juscelino Kubitscheck foi causada por um acidente automobilístico, sem qualquer resquício da consumação de um assassinato encomendado.”
Assim sendo, o que teria acontecido nas apurações de ambas as comissões para conclusões diametralmente opostas? Na realidade, o erro dos vereadores paulistas — por ignorância ou má-fé — foi desprezar diversos depoimentos técnicos, como os dos peritos oficiais, do legista responsável pela exumação do cadáver do motorista de JK 20 anos depois do acidente e do relator da Comissão que investigou o tema há 12 anos.

    Ao contrário, de forma irresponsável, o relatório da Comissão de vereadores sequer menciona a investigação anterior. Afinal, por quais motivos não chamaram para depor o marido da neta de JK, o ex-deputado Paulo Octávio, que presidiu a Comissão e está absolutamente convicto de que foi um acidente? Por que não convidaram a senhora Maria de Lourdes Ribeiro, filha do motorista de JK, que, como advogada, considera primária a tese do tiro e do assassinato? Por que não colheram esclarecimentos do professor da UFMG e médico legista Márcio Cardoso, responsável pela exumação do corpo do motorista, que após examinar o objeto metálico encontrado — “com visão macroscópica e mesoscópica, por meio de lupa estereoscópica” — provou, categoricamente, tratar-se de um cravo usado para a fixação do forro da urna funerária? Por quais motivos não ouviram os dois peritos convidados para assessorar a Comissão Externa da Câmara, João Bosco de Oliveira e Ventura Raphael Martello Filho, totalmente desvinculados do processo inicial, que, auxiliados por três outros peritos, confirmaram integralmente, 24 anos depois, a perícia original?

      Limitando-se a ouvir surradas e infundadas ilações dos mesmos denunciantes e sem qualquer laudo ou estudo que possa comprovar o mirabolante assassinato, a comissão de vereadores perdeu o rumo. Como filho do já falecido perito e promotor de Justiça Francisco Gil Castello Branco, que à época do acidente era o diretor do Departamento Técnico e Científico da Polícia do Estado do Rio de Janeiro e conduziu com extrema competência as investigações — fato reconhecido pela própria senhora Sara Kubitschek ao entregar-lhe uma carta de agradecimento —, presto-lhe com este texto uma homenagem póstuma.

    A Comissão Nacional da Verdade, criada com a finalidade de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período de 1946 a 1988, precisa resgatar a memória nacional, mas sem assassinar a verdade histórica.

sábado, 30 de novembro de 2013

DEFENSORES DA IMPUNIDADE

Em nosso país, a mentira é direito humano. 

     Você está surpreso? Eu não. Nunca levei a sério políticos e partidos que centravam sua estratégia rumo ao poder no ataque impiedoso à honra dos adversários e na afetação de virtudes excelsas. Muito escrevi sobre a conduta irresponsável dos que, sem qualquer escrúpulo ou discernimento, se apresentavam com lança-chamas e tonéis de gasolina ao menor sinal de fumaça que surgisse nas proximidades de seus oponentes. Mas a estratégia foi exitosa. A sociedade sentiu-se inclinada a crer na virtude dos acusadores, desatenta para o fato de que onde estiver o ser humano estarão presentes as potências do mal e do bem. E o que melhor detém a ação do mal é a certeza da punição. Na política não existe imunidade natural frente ao poder de corrupção. Nem frente à corrupção nos escalões do poder. O que funciona é a certeza de que as instituições estão moldadas de forma a identificar e punir os culpados. E o Brasil não chega em 63º lugar no ranking da honestidade sem uma bem consolidada cultura de impunidade. 

Em nosso país, a mentira é direito humano. A impunidade é cuidadosa construção. Lança fundações nos meandros de leis e códigos em cujos labirintos se orientam os bons advogados. Ergue paredes nos flagrantes não homologados por motivos irrelevantes. Lança pilares e vigas na permissividade das execuções penais e na benevolente progressão das penas. Ganha telhado quando a criminalidade é tanta que muitos delitos ficam banalizados, inclusive sob a ótica da sociedade e de seus julgadores. A maioria dos crimes praticados no país sequer é notificada pelas vítimas. O telhado protetor da impunidade foi, assim, posto e bem posto. Somos um estranho país onde é acusado de criminalizar os movimentos sociais quem comete a inaudita violência de descrever o que fazem. Somos um país onde condenados passeiam livremente nas ruas porque não há vaga nos presídios. E não se constroem presídios. 

     Pois o rumoroso processo do Mensalão realiza a façanha, depois de sete longos anos, de chegar ao período de sentenças definitivas, transitadas em julgado. Não faria o menor sentido discutir, aqui, a correção das condenações. Quase todas foram proferidas por ministros do STF indicados pelo governo do partido dos réus. Ambos, governo e partido reconheceram os crimes. O próprio Lula, em 12 de agosto de 2005, no auge do escândalo, falou à nação: "Eu me sinto traído. Traído por práticas inaceitáveis, das quais nunca tive conhecimento. (...) Não tenho nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas. O PT tem que pedir desculpas. O governo, onde errou, tem que pedir desculpas" (há vídeo no YouTube com o título "Lula pede desculpas"). No mesmo dia, Tarso Genro, no exercício da presidência do PT, anunciou a refundação do partido e disse que este iria punir cada um dos envolvidos em denúncias de corrupção e caixa dois para financiamento de campanhas (Agência Brasil, 12/08/2005). O atual Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na edição da revista Veja de 20/02/2008, em longa entrevista às Páginas Amarelas, reconheceu: "Teve pagamento ilegal de recursos a partidos aliados? Teve. Ponto Final. É ilegal? É. É indiscutível? É. Nós não podemos esconder esse fato da sociedade"

    Agora, desmentem a si mesmos! Adotam uma estratégia desesperada, que fala em "presos políticos", tenta criminalizar o STF, pretende denegrir a imagem do ministro Joaquim Barbosa, e deseja vitimizar os presos perante a opinião pública. É o derradeiro desserviço prestado pelos réus do Mensalão e seus companheiros a uma nação que precisa vencer a impunidade. Talvez pretendessem sair deste processo sentenciados a fazer o que melhor fazem: distribuir algumas cestas-básicas ao povo.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

História do Islamismo

Introdução


     A religião muçulmana tem crescido nos últimos anos (atualmente é a segunda maior do mundo) e está presente em todos os continentes. Porém, a maior parte de seguidores do islamismo encontra-se nos países árabes do Oriente Médio e do norte da África. Assim como as religiões cristãs, a religião muçulmana é monoteísta, ou seja, crê na existência de apenas um deus, Alá ou Allah (palavra para designar Deus em árabe).
     Criada pelo profeta Maomé, a doutrina muçulmana encontra-se no livro sagrado, o Alcorão ou Corão. Foi fundada na região da atual Arábia Saudita.

Vida do profeta Maomé

     Muhammad (Maomé) era da tribo de coraich e nasceu na cidade de Meca no ano de 570. Filho de uma família de comerciantes, passou parte da juventude viajando com os pais e conhecendo diferentes culturas e religiões. Aos 40 anos de idade, de acordo com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste momento, começa sua fase de pregação da doutrina monoteísta, porém encontra grande resistência e oposição. As tribos árabes seguiam até então uma religião politeísta, com a existência de vários deuses tribais.
     Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a cidade de Medina no ano de 622. Este acontecimento é conhecido como Hégira e marca o início do calendário muçulmano.
      Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribos árabes e implanta a religião monoteísta. Ao retornar para Meca, consegue implantar a religião muçulmana que passa a ser aceita e começa a se expandir pela península Arábica.
    Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no ano de 632. Porém, a religião continuou crescendo após sua morte.

Livros Sagrados e doutrinas religiosas

     O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel. Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). Entre tantos ensinamentos contidos, destacam-se: onipotência de Deus (Alá), importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens do Antigo Testamento judaico e cristão.
     Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final, com a ressurreição de todos os mortos.
     A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé.


Preceitos religiosos

    A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao compor-tamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo muçulmano deve seguir cinco princípios:

- Aceitar Deus como único e Muhammad (Maomé) como seu profeta;
- Dar esmola (Zakat) de no mínimo 2,5% de seus rendimentos para os necessitados;
- Fazer a peregrinação à cidade de Meca pelo menos uma vez na vida, desde que para isso possua recursos;
- Realização diária das orações;
- Jejuar no mês de Ramadã com objetivo de desenvolver a paciência e a reflexão.

Locais sagrados

      Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moises e Jesus.

Divisões do Islamismo

    Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais : sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.


Povos Bárbaros - História dos povos germânicos

Introdução 


    Os povos bárbaros eram de origem germânica e habitavam as regiões norte e nordeste da Europa e noroeste da Ásia, na época do Império Romano. Viveram em relativa harmonia com os romanos até os séculos IV e V da nossa era. Chegaram até a realizar trocas e comércio com os romanos, através das fronteiras. Muitos germânicos eram contratados para integrarem o poderoso exército romano.

     Os romanos usavam a palavra "bárbaros" para todos aqueles que habitavam fora das fronteiras do império e que não falavam a língua oficial dos romanos: o latim. A convivência pacífica entre esses povos e os romanos durou até o século IV, quando uma horda de hunos pressionou os outros povos bárbaros nas fronteiras do Império Romano. Neste século e no seguinte, o que se viu foi uma invasão, muitas vezes violenta, que acabou por derrubar o Império Romano do Ocidente. Além da chegada dos hunos, podemos citar como outros motivos que ocasionaram a invasão dos bárbaros: a busca de riquezas, de solos férteis e de climas agradáveis.

Principais Povos Bárbaros

- Alanos: originários do nordeste do Cáucaso. Entraram no Império Romano entre os séculos IV e V. Ocuparam a região da Hispânia e o norte da África.
Saxões: originários do norte da atual Alemanha e leste da Holanda. Penetraram e colonizaram as Ilhas Britânicas no século V.
- Francos: estabeleceram-se na região da atual França e fundaram o Reino Franco (veja exemplo de obra de arte abaixo)
- Lombardos: invadiram a região norte da Península Itálica
- Anglos e Saxões: penetraram e instalaram-se no território da atual Inglaterra
- Burgúndios: estabeleceram-se na sudoeste da França
- Visigodos: instalaram-se na região da Gália, Itália e Península Ibérica (veja exemplo abaixo da arte visigótica)
- Suevos: invadiram e habitaram a Península Ibérica
- Vândalos: estabeleceram-se no norte da África e na Península Ibérica
- Ostrogodos: invadiram a região da atual Itália

Economia, Arte, Política e Cultura dos Bárbaros Germânicos 

     A maioria destes povos organizavam-se em aldeias rurais, compostas por habitações rústicas feitas de barro e galhos de árvores. Praticavam o cultivo de cereais como, por exemplo, o trigo, o feijão, a cevada e a ervilha. Criavam gado para obter o couro, a carne e o leite. Dedicavam-se também às guerras como forma de saquear riquezas e alimentos. Nos momentos de batalhas importantes, escolhiam um guerreiro valente e forte e faziam dele seu líder militar.

      Praticavam uma religião politeísta, pois adoravam deuses representantes das forças da natureza. Odin era a principal divindade e representava a força do vento e a guerra. Para estes povos havia uma vida após a morte, onde os bravos guerreiros mortos em batalhas poderiam desfrutar de um paraíso.
     A mistura da cultura germânica com a romana formou grande parte da cultura medieval, pois muitos hábitos e aspectos políticos, artísticos e econômicos permaneceram durante toda a Idade Média.

Os Hunos 


      Dentre os povos bárbaros, os hunos foram os mais violentos e ávidos por guerras e pilhagens. Eram nômades ( não tinham habitação fixa e viviam a percorrer campos e florestas ) e excelentes criadores de cavalos. Como não construíam casas, viviam em suas carroças e também em barracas que armavam nos caminhos que percorriam. A principal fonte de renda dos hunos era a pratica do saque aos povos dominados.        
   Quando chegavam numa região, espalhavam o medo, pois eram extremamente violentos e cruéis com os inimigos. O principal líder deste povo foi Átila, o líder huno responsável por diversas conquistas em guerras e batalhas. 


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Burguesia

Significado: 

     A burguesia é uma classe social que surgiu nos últimos séculos da Idade Média (por volta do século XII e XIII) com o renascimento comercial e urbano. Dedicava-se ao comércio de mercadorias (roupas, especiarias, jóias, etc) e prestação de serviços (atividades financeiras). Habitavam os burgos, que eram pequenas cidades protegidas por muros. Como eram pessoas ricas, que trabalhavam com dinheiro, não eram bem vistas pelos integrantes do clero católico.

Frase Exemplo: 

A burguesia participou do renascimento comercial e urbano.

Explicação da frase:

     Durante grande parte da Idade Média (do século V ao XII) o comércio praticamente inexistiu. Com o final das Cruzadas e a abertura do Mar Mediterrâneo, o comércio começou a crescer novamente. A burguesia contribuiu para este processo.


as cruzadas


Introdução 


    As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé.

Organização 

    Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.   
    Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas.
Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos. 

    Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação. 
    Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. 

Relação de todas as Cruzadas Medievais:

- Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096)
- Primeira Cruzada (1096 a 1099)
- Cruzada de 1101
- Segunda Cruzada (1147 a 1149)
- Terceira Cruzada (1189 a 1192)
- Quarta Cruzada (1202 a 1204)
- Cruzada Albigense (1209 a 1244)
- Cruzada das Crianças (1212)
- Quinta Cruzada (1217 a 1221)
- Sexta Cruzada (1228 a 1229)
- Sétima Cruzada (1248 a 1250)
- Cruzada dos Pastores (1251 a 1320)
- Oitava Cruzada (1270)
- Nona Cruzada (1271 a 1272)
- Cruzadas do Norte (1193 a 1316)


Consequências 

    Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.
   Não podemos deixar de lembrar que as Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso entre os integrantes destas duas religiões continuou. 
Já no aspecto cultural, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as guerras e grandes feitos heróicos. Muitos contos de cavalaria tiveram como tema principal estes conflitos.

Curiosidade:

- A expressão "Cruzada" não era conhecida nem mesmo foi usada durante o período dos conflitos. Na Europa, eram usados termos como, por exemplo "Guerra Santa" e Peregrinação para fazerem referência ao movimento de tentativa de tomar a "terra santa" dos muçulmanos.

Peste Negra

Introdução

     Meados do século XIV foi uma época marcada por muita dor, sofrimento e mortes na Europa. A Peste Bubônica, que foi apelidada pelo povo de Peste Negra, matou cerca de um terço da população europeia. A doença mortal não escolhia vítimas. Reis, príncipes, senhores feudais, artesãos, servos, padres entre outros foram pegos pela peste.

A peste espalha a morte pela Europa 

     Nos porões dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, chegavam milhares de ratos. Estes roedores encontraram nas cidades europeias um ambiente favorável, pois estas possuíam condições precárias de higiene. O esgoto corria a céu aberto e o lixo acumulava-se nas ruas. Rapidamente a população de ratos aumentou significativamente.

     Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam a bactéria aos homens através da picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue.

     Após adquirir a doença, a pessoa começava a apresentar vários sintomas: primeiro apareciam nas axilas, virilhas e pescoço vários bubos (bolhas) de pus e sangue. Em seguida, vinham os vômitos e febre alta. Era questão de dias para os doentes morrerem, pois não havia cura para a doença e a medicina era pouco desenvolvida. Vale lembrar que, para piorar a situação, a Igreja Católica opunha-se ao desenvolvimento científico e farmacológico. Os poucos que tentavam desenvolver remédios eram perseguidos e condenados à morte, acusados de bruxaria. A doença foi identificada e estudada séculos depois desta epidemia.

     Relatos da época mostram que a doença foi tão grave e fez tantas vítimas que faltavam caixões e espaços nos cemitérios para enterrar os mortos. Os mais pobres eram enterrados em valas comuns, apenas enrolados em panos.

     O preconceito com a doença era tão grande que os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela própria família, nas florestas ou em locais afastados. A doença foi sendo controlada no final do século XIV, com a adoção de medidas higiênicas nas cidades medievais.

Revoltas Camponesas 

     Com a morte de boa parte dos servos, muitos senhores feudais aumentaram as obrigações, fazendo os camponeses trabalharem e pagarem impostos pelos que haviam morrido. Como a exploração sobre os servos já era exagerada, em muitos feudos, principalmente na França e Inglaterra), ocorreram revoltas camponesas. Estes, chegaram a invadir e saquear castelos, assassinando os senhores feudais e outros nobres. Os senhores feudais que conseguirarm sobrevirer não ficaram intertes aos movimentos de revolta. Organizaram exércitos fortes e combateram com violência as revoltas. Porém, em muitas regiões da Europa, os camponeses obtiveram conquistas importantes, conseguindo diminuir as obrigações servis.

Filosofia Medieval


Introdução


     Podemos chamar de Filosofia Medieval a filosofia que se desenvolveu na Europa durante a Idade Média (entre os séculos V e XV). Como este período foi marcado por grande influência da Igreja Católica nas diversas áreas do conhecimento, os temas religiosos predominaram no campo filosófico.

Características e principais questões debatidas e analisadas pelos filósofos medievais:

- Relação entre razão e fé;
- Existência e natureza de Deus;
- Fronteiras entre o conhecimento e a liberdade humana;
- Individualização das substâncias divisíveis e indivisíveis.

Principais estágios da Filosofia Medieval
Transição para o Mundo Cristão (século V e VI)

     Muitos pensadores deste período defendiam que a fé não deveria ficar subordinada a razão.
     Porém, um importante filósofo cristão não seguiu este caminho. Santo Agostinho de Hipona (354 – 430) buscou a razão para justificar as crenças. Foi ele quem desenvolveu a ideia da interioridade, ou seja, o homem é dotado da consciência moral e do livre arbítrio.

Escolástica (século IX ao XIV)

    Foi um movimento que pretendia usar os conhecimentos greco-romanos para entender e explicar a revelação religiosa do cristianismo.  As ideias dos filósofos gregos Platão e Aristóteles adquirem grande importância nesta fase. 
     Os teólogos e filósofos cristão começam a se preocupar em provar a existência da alma humana e de Deus.
     Para os filósofos escolásticos a Igreja possuía um importante papel de conduzir os seres humanos à salvação.
    No século XII, os conhecimentos passam a ser debatidos, armazenados e transmi-tidos de forma mais eficiente com o surgimento de várias universidades na Europa.
Principais representantes: Anselmo de Cantuária, Albertus Magnus, São Tomás de Aquino, John Duns Scotus e Guilherme de Ockham.

Principais obras filosóficas da Idade Média

- Cidade de Deus (Santo Agostinho)
- Confissões (Santo Agostinho)
- Suma Teológica (São Tomás de Aquino)

Vassalagem e Suserania


            Introdução


     Vassalagem e suserania formavam um sistema sócio-econômico da Idade Média entre um vassalo e seu suserano. Nesta relação de reciprocidade, o vassalo recebia terra, objetos materiais ou até mesmo um castelo de seu suserano. Em troca, o vassalo devia oferecer fidelidade absoluta e proteção ao seu suserano.

Cerimônia da Homenagem 

    Havia uma cerimônia denominada "homenagem", que muitas vezes poderia acontecer dentro de uma igreja, para selar os laços entre vassalo e suserano. Na cerimônia, o vassalo se ajoelhava e colocava suas mãos entre as mãos do suserano (senhor), prometendo-lhe lealdade e fidelidade.

Suseranos e Vassalos 

     O rei, geralmente, era o suserano com mais poder na Idade Média, sendo que seus vassalos eram, principalmente, senhores feudais e cavaleiros. Estes senhores feudais e cavaleiros também possuíam vassalos, formando, na Idade Média, extensos laços de vassalagem. Desta forma, num momento de guerra, milhares de guerreiros eram mobilizados. 
     Nas Cruzadas, por exemplo, os cristãos conseguiram mobilizar milhares de guerreiros, para combater os muçulmanos na Terra Santa, graças as inúmeras relações de vassalagem e suserania que existiam na Europa Medieval.

Talha, Corvéia e Banalidades

Introdução

     Na época do feudalismo, durante a Idade Média, os servos (camponeses) habitavam as terras dos senhores feudais. Em troca, eram obrigados a pagar taxas em forma de trabalho e mercadorias. Quase tudo que produziam acabava indo para as mãos dos senhores feudais. Para os servos, sobrava apenas o pouco para a sobrevivência da família.

Talha 

     Era uma obrigação pela qual o servo deveria passar, para o senhor feudal, metade de tudo que produzia nas terras que ocupava no feudo. Se colhesse 20 quilos de batata, 10 quilos deveriam ser separados para o pagamento da talha. 

Corvéia

     Esta obrigação correspondia ao pagamento através de serviços prestados nas terras ou instalações do senhor feudal. De 3 a 4 dias por semana, o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como, por exemplo, fazer a manutenção do castelo, construir um muro, limpar o fosso do castelo, limpar o moinho, etc. Podia também realizar trabalhos de plantio e colheita no manso senhorial (parte das terras do feudo de uso exclusivo do senhor feudal).

Banalidades

    Esta obrigação correspondia ao pagamento pela utilização das instalações do castelo. Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno, deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal.

Outras obrigações

     Além da talha, da corvéia e das banalidades, os servos também deviam pagar outras taxas e impostos. Havia a mão-morta, que era uma espécie de taxa que o servo devia pagar ao senhor feudal para permanecer no feudo quando o pai morria. Havia também o Tostão de Pedro (10% da produção), que o servo devia pagar à Igreja de sua região.

FONTE: Suapesquisa.com

Divisão do Feudo


Divisão do feudo 

Durante o feudalismo na Europa (Idade Média), o feudo era a principal unidade de produção. As terras do feudo eram de propriedade do senhor feudal, porém possuíam uma divisão bem determinada.

Domínio (Manso Senhorial)

As terras do manso senhorial eram de utilização exclusiva do senhor feudal. Porém, os servos eram convocados para trabalharem de 2 a 3 dias por semana nesta terra, sendo que toda produção era destinada ao senhor feudal.

Manso servil

Eram as terras destinadas ao uso dos servos (camponeses do feudo). Os servos não eram proprietários destas terras, mas apenas usavam e delas deveriam tirar o sustento da família e também pagar as taxas e impostos ao senhor feudal. A condição de servo passava de pai para filho, assim como o direito de usar estas terras.

Terras comunais

Área do feudo de uso coletivo. Eram os bosques, florestas e pastos. Porém, dependendo do feudo existiam regras para sua utilização. Em muitos locais da Europa, era comum a proibição da caça realizada por servos em terras comunais. Os servos podiam levar seus animais para pastarem nestas terras, assim 

O FEUDALISMO

Introdução 


     O feudalismo tem inicio com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa). As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na agricultura e utilização do trabalho dos servos. 

Estrutura Política do Feudalismo 

     Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.
     Todos os poderes, jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).


Sociedade feudal 

     A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: 
  1. corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), 
  2. talha (metade da produção), 
  3. banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

           Economia feudal

     A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.

Religião 

     Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.

As Guerras 

     A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. O residência dos nobres eram castelos fortificados, projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.

Educação, artes e cultura

     A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.
     A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.
   Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.

O fim do feudalismo

     O feudalismo não terminou de uma hora para outra, ou seja, de forma repentina. Ele foi aos poucos se enfraquecendo e sendo substituído pelo sistema capitalista. Podemos dizer o feudalismo começou a entrar em crise, em algumas regiões da Europa, já no século XII, com várias mudanças sociais, políticas e econômicas. O renascimento comercial, por exemplo, teve um grande papel na transição do feudalismo para o capitalismo.

terça-feira, 5 de março de 2013

Akhenaton: o faraó inovador

Por Alejandro Javier

Do politeísmo vigente à efêmera tentativa de implantação do monoteísmo por um faraó místico e poeta, levanta-se uma intrigante questão histórica a respeito da influência do povo judeu, cativo no Egito.

   Tão profunda era a influência da esfera espiritual sobre a vida cotidiana do povo egípcio que, segundo muitos especialistas, é difícil a distinção entre os acontecimentos políticos e a evolução das suas crenças.

   No Egito adoravam-se centenas de deuses para os quais se edificaram magníficos templos. Até o século XIV a.C., o politeísmo sempre predominara no país, dando-se maior relevo ora a um, ora a outro deus, dependendo da dinastia reinante. Porém, no ano de 1364 a.C., um acontecimento veio abalar essa situação: a subida ao trono de Amenhotep IV, mais conhecido como Akhenaton. Destoando das ideias em vigor, o novo faraó promoveu profunda revolução técnica, artística e, sobretudo, religiosa, abalando o império até seus alicerces.

    Do ponto de vista religioso, foi introduzida uma novidade existente na época apenas entre os hebreus: o monoteísmo. Contrariando frontalmente o próprio cerne da religião politeísta egípcia, Akhenaton propôs o culto apenas a Aton (o disco solar) e o proclamou como único deus.

    É verdade que ele não era o primeiro adepto da religião de Aton. Com efeito há traços da existência desse culto algum tempo antes do nascimento do inovador faraó.1 Entretanto, ao declará-lo oficialmente como único deus, o novo soberano direcionava as crenças do país para o monoteísmo. E essa é uma das principais razões pelas quais ele ficou conhecido como "o faraó revolucionário", sendo aclamado como visionário por uns, e considerado herege e até criminoso por outros.

   Profeta ou revolucionário - o que foi ele na realidade? Tratemos de desvendar a questão conhecendo melhor sua história.

 Em pleno apogeu do Egito

    No quarto ano do reinado de Amenhotep III, pertencente à gloriosa XVIII Dinastia, sua esposa, a rainha Tiy, deu-lhe um filho que recebeu o nome de Amenhotep, ou Amenófis, de acordo com a grafia helênica.

   Conhece-se pouco sobre a infância do futuro faraó por não ser costume naquela época documentar a vida das crianças nobres. Sabe- -se, entretanto, que não era o sucessor imediato de seu pai; foi a morte prematura do seu irmão mais velho, Tutmés, que o levou ao trono após o falecimento de seu progenitor. Segundo a maioria dos historiadores, Amenhotep IV ainda não tinha vinte anos de idade quando isso se deu, estando já casado com a bela e famosa Nefertiti. Desse matrimônio nasceriam seis filhas.

   O Egito encontrava-se em pleno apogeu, estendendo-se seu território da Síria até o Sudão, após as conquistas de Tutmósis III, um século antes. E durante o reinado de Amenhotep III, Tebas, a Luxor de hoje em dia, brilhava sobre todo Oriente.

   Quando ele celebrou seu trigésimo ano no trono, aproveitou o festival do Sed (jubileu) para nomear seu filho como corregente, tendo eles governado juntos por quatro anos. Tal como o pai, Amenhotep IV julgava conveniente reduzir o poder de Amon, deus principal da cidade de Tebas, onde se encontrava o trono à época, e cujo culto, aliás, superava naquele momento o das outras divindades.

   Assim, tão logo subiu ao trono, decidiu reformar a religião egípcia e dar uma nova crença ao povo. Parecia-lhe necessário eliminar as divergências entre os vários dogmas, superar as forças espirituais e políticas contrárias e, ao mesmo tempo, ligar, por um só vínculo espiritual com a metrópole, os povos estrangeiros submetidos ao império. E o culto ao deus Amon era um empecilho a isso.

 Motivações políticas ou teológicas?

   Amenhotep IV, que significa "Amon está satisfeito", no quinto ano de governo mudou seu nome para Akhenaton, "aquele que agrada a Aton", ou, segundo outros, "aquele que serve a Aton". Nesse mesmo ano, tomou uma decisão impactante, muito provavelmente influenciado pela casta sacerdotal de Heliópolis, cujo deus principal era o Sol: abandonou o culto a Amon em favor do deus Aton, representado pelo disco solar.

   A adoração do Astro Rei esteve presente na civilização do Nilo desde suas origens. Aton era considerado o pai dos deuses e tradicionalmente teve a supremacia no panteão egípcio, embora não fosse venerado de forma exclusiva, porém junto com o restante das divindades. Mas a partir do século XVI a. C., o deus Amon havia adquirido preponderância em todo o império pelo fato de Tebas, onde era a divindade por excelência, ter-se tornado a capital do Império Novo.

    Akhenaton herdou de Amenhotep III um país em pleno apogeu, cujo território se estendia do Sudão até a Síria Amenhotep III - British Museum, Londres Segundo a maioria dos egiptólogos, que tendem a realçar os aspectos políticos da história, o objetivo principal de Akhenaton era quebrar o poder do clero de Tebas. Não obstante, as razões aduzidas pelo faraó ultrapassam a esfera política, adentrando-se no terreno teológico.

   Proclama ele que, desde tempos remotos, todos os deuses criados por mãos humanas existem sob formas gravadas em pedra. Mas o deus de Akhenaton não é dessa natureza. Cyril Aldred, egiptólogo inglês especialista nesse período, descreve Aton como criando-se a si próprio, renovando-se a cada dia e permanecendo gloriosamente vivo. Tratava-se de um ente supremo e abstrato, um deus e rei celestial.2 É ele quem origina a vida e mantém o universo em funcionamento, manifestando seu poder através dos raios de luz que emanam do Sol.

   Essa inédita conceituação do divino causou profunda estranheza no povo, que não concebia um deus sem uma representação material. Todos eles deveriam necessariamente possuir um corpo, seja em forma humana ou animal.

   Evidentemente, na sua nova concepção religiosa Akhenaton se considera, mais que qualquer outro faraó, como o único intermediário entre seus súditos e seu deus, sem necessidade de uma classe sacerdotal. A esse respeito afirma a egiptóloga Bárbara Ramírez García: "Akhenaton era o único profeta de Aton, o único que poderia revelar seus ensinamentos, pois ele mesmo era o filho dessa divindade. São muitas as cenas que chegaram até nós nas quais o rei aparece junto a Nefertiti e suas filhas prestando culto a Aton, enquanto o disco solar deita seus raios sobre eles com emblemas de vida e proteção. Desse modo, a própria família real converteu--se em objeto de culto".3

Mudança da capital

    No ano seguinte, o faraó convulsiona o império ao anunciar que construiria uma nova capital numa grande planície no centro do país, a meio caminho entre Tebas e Mênfis, na margem oriental do Nilo. 


    Ninguém pensaria em governar o Egito a partir daquela região nunca antes habitada. Mas Akhenaton acreditava ter descoberto o lugar onde nascia o Sol, e desejava construir ali uma cidade sagrada em louvor de seu deus. Consegui-lo-á em poucos anos. O local - Da atual Tell el-Amarna - é batizado com o nome de Akhetaton: "o horizonte de Aton". É nessa cidade que ele compõe seu famoso hino em louvor do único deus criador, semelhante sob vários aspectos ao salmo 104.

    Nenhum faraó havia se relacionado tanto com um deus como o fez Akhenaton. A nova religião expressava a gratidão humana para com o deus solar, que com seu calor dá vida a todos os homens e animais. O culto passa a ser celebrado a céu aberto, sem estátuas. No ritual, isso constituía uma verdadeira revolução. São suspensas as procissões, pois já não existem deuses representados em imagens... O rei é a representação carnal da essência solar na terra. 

Um faraó poeta e místico 

   Historicamente não há dúvida alguma de que as ideias de Akhenaton contavam com o apoio irrestrito de sua esposa Nefertiti. O casal se empenhou tanto em implantar a nova religião e preservar a recém-fundada cidade que chegaram a negligenciar outros aspectos do governo, como o interesse por novas conquistas. Os esforços de Akhenaton, poeta e místico, e de sua esposa, estavam principalmente orientados a derrubar a fé politeísta dos seus antepassados e acabar com a influência do clero tebano. 

   Em Akhetaton, o faraó entregava-se ao seu grande ideal: queria ver seu povo livre da magia e da superstição primitivas e do culto aos muitos deuses. Desejava substituir tudo isso pelo amor à natureza, a alegria de viver e o pacifismo, características representativas da nova fé. Pode-se afirmar que, em termos de religião, foi um grande inovador. 

    Entretanto, com a morte de Akhenaton, esse período tão controvertido da história egípcia chegou ao fim. Seus dezessete anos de reinado foram imediatamente relegados à sombra: a cidade de Akhetaton foi abandonada, seus templos e outros edifícios, destruídos. Todos os indícios da passagem do singular faraó pelo trono egípcio desapareceram, como se ele jamais houvesse existido. 

    Seus compatrícios não suportaram a sua intolerância em relação ao politeísmo e ao culto de Amon, o qual foi restabelecido com esplendor por seus sucessores, principalmente pelo famoso Tutankhamon. Quando a capital voltou a Tebas, o clero dessa cidade recuperou seu antigo poder. 

Uma hipótese a ser melhor estudada 

    O reinado de Akhenaton, além de surpreendente, levanta diversas interrogações. 

   Ele coincide com o período durante o qual se supõe que grande número de hebreus viviam nesse país. E, embora seguindo a opinião de estudiosos como Giacomo Perego, segundo o qual "qualquer reconstrução histórica desse período deve ser vista com muita cautela"4, podemos levantar hipóteses com base nos indícios disponíveis, conforme é praxe em toda atividade científica. 

    Akhenaton contou com o apoio irrestrito de sua esposa Nefertiti "Busto de Nefertiti" Neues Museum, Berlim Assim, os especialistas consideram que entre 1750 e 1550 a.C., período do domínio hicso5 no Egito, os israelitas se expandiram, favorecidos pelo próprio governo. Porém, a partir desta última data até o reinado de Ramsés II (1290-1224 a.C.), passaram a ser considerados "miseráveis asiáticos, habitantes do deserto". Particularmente a partir de 1306 a.C., foram "constrangidos a trabalhos forçados na fabricação de tijolos e na construção". Considera-se que, com Ramsés II, a escravidão dos judeus atinge sua pior fase.

   Será de acordo com o espírito científico tentar desvendar o mistério de Akhenaton sem analisar uma eventual influência do monoteísmo hebraico sobre ele? É forçoso que respondamos pela negativa. 

   Para bem aquilatar o alcance da questão, é necessário levar-se em conta quão prevalentes eram a idolatria e o politeísmo em todo o mundo de então. Nem sequer o povo mais altamente intelectualizado da época - o grego - escapou disso. A única exceção eram os hebreus. 

   No presente artigo, mesmo diante desses dados significativos e estimulantes, vamo-nos ater ao prudente conselho de Perego, acima citado, deixando em aberto esta questão aliás, já tratada por muitos estudiosos nas últimas décadas. 

    Mas convidamos o leitor a reter um dado importante: apesar da predominância do politeísmo na antiguidade, e do empenho dos sucessores de Akhenaton em apagar qualquer rastro de religião monoteísta, a concepção de cultuar um único deus prevaleceu no espírito dos homens e permanece até hoje. Porque é conatural à mente humana a ideia de que, por detrás do universo criado, existe um único Ser, incriado e necessário, que é a causa de tudo. 

    A respeito dessa tendência inata do ser humano, e referindo-se especificamente a Akhenaton, o Beato João Paulo II comentava: "Embora de formas ainda imperfeitas, muitíssimas pessoas reconheceram na criação a presença do seu Artífice e Senhor. Um antigo rei e poeta egípcio, ao dirigir-se à sua divindade solar, exclamava: ‘Como são numerosas as tuas obras! Elas estão escondidas ao nosso rosto; tu, ó Deus único, fora do qual ninguém existe, criaste a Terra segundo a tua vontade, quando estavas sozinho'".7

Notas:

1 Cf. BRIGHT, John. História de Israel. 8.ed. São Paulo: Paulus, 2003, p.142.
2 Cf. ALDRED, Cyril. Akhenaten, Pharaoh of Egypt: A New Study. New York: McGraw-Hill, 1968, p.168.
3 RAMÍREZ GARCÍA, Bárbara. La desaparición de la reina Nefertiti. In: Revista Historia - National Geographic Society. Barcelona. N.83 (Nov., 2010); p.39.
4 PEREGO, Giacomo. Atlas bíblico interdisciplinar. São Paulo: Paulus, 2001, p.22.
5 Povo semita que havia invadido o país.
6 Cf. PEREGO, op. cit., p.22.
7 JOÃO PAULO II. Audiência Geral. 2/8/2000. O trecho entre aspas corresponde ao hino de autoria de Akhenaton mencionado anteriormente neste artigo.
ASSISTA TAMBÉM AOS DOCUMENTÁRIOS