quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A ESQUERDA QUER SER DONA DE NOSSA ”ALMA”

Por Rogério Linhares

A alma humana, compreendida como aquela capacidade de pensar, sentir e agir é um bem imaterial de significado inestimável. Para o filosofo Luiz Felipe Pondé a propriedade privada de um indivíduo é composta não apenas por seus bens materiais, ela também abrange os imateriais. A sacralidade e a inviolabilidade da propriedade privada era tão bem delimitada pelos hebreus antigos que os 10 mandamentos contemplou essa percepção quando alertou para “não roubarás”. 

Ocorre que marxistas nunca aceitaram bem a noção de propriedade privada. Usando por base as ideias de Rousseau, eles passaram a afirmar que ela era a causa da “infelicidade” e da “desigualdade” entre os homens. Socialistas e comunistas de todas as tonalidades vêm lutando continuamente para ter o domínio político, econômico e cultural sobre o homem, e consequentemente de sua alma, com o objetivo de reformá-lo a seu bel prazer. Isso aconteceu na Rússia a partir de 1917. O êxito do novo regime fez com que Aleksandr Zinovyev popularizasse o termo Homo Sovieticus para fazer referencia ao nível de evolução humano alcançada pelo sucesso da engenharia social marxista na URSS.

Atualmente, sendo fiel a sua tradição, a esquerda luta diuturnamente para ser dona de nossa alma. Ela não admite que indivíduos pertencentes a minorias sob sua tutela possam pensar, sentir ou agir de uma forma diferente da sua. Permanecer em uma “senzala ideológica” onde os interesses individuais devam se submeter aos interesses coletivos é o objetivo primordial deles. É por isso que ficam horrorizados e consideram inadmissíveis quando um negro não se submete ao movimento negro, quando uma mulher não segue as orientações do movimento feminista, quando um gay recusa as prescrições do movimento LGBT, ou ainda, quando um professor não aceita as determinações de seu sindicato. 

Essa visão marxista é arrogante, exclusivista e tem proporções superlativas. Primeiro, por que parte da ideia de que não existe salvação a não ser neles. E segundo, por que está implícita a percepção de que todos os males da sociedade advém do fato deles não estarem no controle. Esse ponto de vista messiânico remete a uma religião sem Deus ou a uma religião laica onde o Estado é deus, o capitalismo é o diabo, as elites os demônios, os intelectuais do partido profetas e o futuro dourado da utopia socialista o céu.

A esquerda prega tolerância e respeito a todos os divergentes, contanto que pertençam ao seu grupo. Eles se recusam a notar que a felicidade e satisfação de alguém podem não está em seu circulo ideológico e que todos tem o direito de buscar a sua própria felicidade em qualquer lugar. Esse direito é inalienável, de modo que Thomas Jefferson, usando como referencia o livro “Um Ensaio sobre a Compreensão do Ser Humano”, do filósofo inglês John Locke, afirmou, na Constituição Americana, o seguinte: “Nós tomamos essas verdades como sendo auto evidentes, que todos os homens são criados iguais, que eles foram dotados pelo seu Criador com certos Direitos inalienáveis, dentre os quais estão a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade”.

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