TEMA 01: EXTRAÇÃO DE GÁS E PETRÓLEO DE XISTO
A extração de gás e petróleo a partir das rochas de xisto
tem crescido a cada ano, ganhando destaque nas discussões sobre matriz
energética. Em 2013, o petróleo obtido a partir desse minério representou 29%
da produção total do produto nos Estados Unidos. O gás de xisto, por sua vez,
representou 40% do total.
O tema é uma das principais apostas dos professores Joel
Pontin, do Cursinho da Poli, e Alexandre Gobbis, do Cursinho do XI, para o Enem
2014. Segundo Pontin, é imprescindível que os estudantes conheçam os processos
de extração e entendam a importância desse minério para a economia mundial.
"O grande comprador de energia são os Estados Unidos, que estão
priorizando o xisto. Essa questão pode alterar todo o cenário energético
mundial", diz.
As reservas desse minério representam 10% do total de
petróleo e 32% do gás disponível no planeta. O país que mais detém reservas é a
Rússia, seguida por Estados Unidos, China e Argentina. Já os países com maiores
reservas de gás de xisto — encontradas entre as camadas do mineral — são China,
Argentina, Argélia e Estados Unidos. O Brasil
também possui grandes quantidades do minério e, em 2013, o governo
chegou a realizar leilões de exploração da reserva. A produção a partir desse
material, entretanto, está paralisada por falta de regulamentação específica.
Para produzir petróleo e gás a partir do xisto é preciso
explodir as rochas do minério por um processo chamado de “fraturamento
hidráulico”, que injeta grandes quantidades de água misturada a produtos
químicos sob grande pressão. A técnica, porém, é questionada por ambientalista
e já foi proibida na França e na Bulgária.
TEMA 02: ÁGUA E CRISE NO SISTEMA HÍDRICO
As anomalias verificadas nos índices pluviométricos, que
tiveram como consequências a falta de água em São Paulo e enchentes em outros
Estados da região Sudeste, também estão entre as apostas dos professores de
cursinho. "O stress hídrico esteve na pauta dos jornais por meses e o tema
abre margens para toda a sorte de perguntas no Enem, que pode cobrar desde
conhecimentos sobre mananciais até a fórmula química da água", afirma Joel
Pontin, do Cursinho da Poli.
No início do verão, houve muitas chuvas em Minas Gerais,
Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro. No leste de Minas Gerais e no norte
do Espírito Santo, não chovia tanto desde 1979. Essa umidade, entretanto, não
alcançou a cidade de São Paulo. Dezembro de 2013 foi o terceiro mês menos
chuvoso dos últimos 71 anos na capital, só perdendo para os anos de 1999 e
1963. Ainda assim, as chuvas na capital só atingiram o volume de 237,9
milímetros, inferior à média histórica de 265,6 milímetros. Com isso, o
reservatório da Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, teve sua
capacidade reduzida. Na última terça-feira, o volume armazenado de água caiu
para 11,9% da capacidade.
Já na região Norte, o excesso de chuvas deixou diversos
pontos de Porto Velho (RO) submersos e o Acre ilhado em função da cheia do Rio
Madeira, que em março de 2013 bateu recorde histórico com 25,44 metros de
profundidade. A cheia afetou pelo menos 66.000 pessoas e deixou famílias
desabrigadas em dez cidades da região, além de interromper o tráfego nas
principais rodovias de Rondônia, como a BR-364 e a BR-319.
TEMA 03: CRISE ENERGÉTICA
A crise no setor energético é um
dos temas constantes no Enem, afirma Paulo Moraes, do Anglo Vestibulares.
"É um tema que mistura questões de física, química e biologia, uma
interdisciplinaridade que é típica de questões do exame federal", explica.
O Brasil tem atualmente capacidade elétrica instalada de 120.000 megawatts, mas
desde 2013 enfrenta dificuldades no abastecimento, com registros de apagões em
diversas regiões do país que acarretaram problemas para a economia.
Em janeiro, foram registrados os
dez maiores picos de consumo de energia da história do Brasil e, em fevereiro,
o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou apagões em onze Estados
das regiões Norte, Sudeste e Sul. Só na região Sudeste, a falha no sistema
elétrico pode ter atingido 950.000 pessoas. Pelas normas de segurança, o
sistema elétrico brasileiro precisa trabalhar com sobra de energia equivalente
a 5% da eletricidade consumida no país. Entretanto, em janeiro, essa marca
atingiu 2%.
Uma das justificativas para o
problema apresentadas pela ONS foi uma interrupção no fornecimento de 5.000
megawatts/hora para essas regiões. Outra explicação para os apagões é a de que
descargas atmosféricas (raios) provocaram
curtos-circuitos no sistema nacional, causando a queda de energia. Entretanto,
apesar de o Brasil ser um dos países com maior quantidade de raios do mundo, o
sistema elétrico foi montado para ser à prova de descargas elétricas, com a
proteção de uma grande rede de para-raios.
O principal gerador de energia no
país são as usinas hidrelétricas, que respondem pela geração de 86.923 MW,
seguidas das termelétricas a gás (9.816 MW), as usinas a biomassa (8.870 MW) e
usinas a óleo e bicombustíveis (5.297 MW). Outras formas de energia respondem por
parcelas menores do fornecimento, como as pequenas centrais hidrelétricas
(PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas, que somaram no ano passado 4.805 MW
de capacidade de geração. As usinas a carvão mineral registraram 3.152 MW, as
eólicas marcaram 2.181 MW e as nucleares, 2.007 MW.
TEMA 04: PROBLEMAS URBANOS E SISTEMAS
MODAIS
Outro assunto
"clássico" do Enem são as questões relacionadas a problemas urbanos.
“Esse é um assunto frequente, que é renovado com os temas que estiveram na
imprensa nos últimos meses”, afirma Paulo Moraes, do Anglo Vestibulares. Este
ano, o transporte é uma das apostas do educador, tendo como ponto de partida as
manifestações de 2013 que reivindicaram melhorias no transporte público e
colocaram o tema no topo das agendas governamentais. “As questões do Enem não
devem abrir margem para o debate político. Elas provavelmente vão cobrar
conhecimentos sobre os sistemas modais mais usados no Brasil”, explica.
Atualmente, mais de 80% da
população vive nos centros urbanos, nos quais o transporte mais utilizado é
automotivo. Em 2012, a frota de carros no Brasil chegou a 50,21 milhões. A cada
minuto, 152 novos automóveis deixam as fábricas do mundo para ganhar as ruas.
Comparativamente, usando como base a cidade de São Paulo, a frota de ônibus
representa apenas 8,2% do total de carros. A desproporção acarreta imensos
congestionamentos nas grandes capitais e, ao mesmo tempo, dificulta a locomoção
em cidades menores, que sofrem com a falta de linhas de transporte nos bairros
mais afastados.
A pressão da sociedade por melhor
transporte público acabou chegando ao gabinete da Presidência. Em julho do ano
passado, a presidente Dilma Rousseff falou da necessidade de uma mudança na matriz
do sistema de transporte, enfatizando o aumento das redes de metrô, trens leves
e corredores de ônibus. Dilma também anunciou a liberação de 50 bilhões de
reais para empreendimentos de mobilidade urbana.
TEMA 05: 50 ANOS DO GOLPE MILITAR
Há 50 anos o Brasil foi palco de
acontecimentos políticos tão dramáticos e relevantes que ainda hoje continuam
em discussão: o golpe militar de 1964. O ação, que resultou em mais de 20 anos
de regime militar, também é uma das grandes apostas dos professores de cursinho
para o Enem este ano. "A importância histórica desses fatos e a quantidade
de documentos da ditadura que foram revelados recentemente levaram o tema com
mais força para as salas de aula", explica Samuel Loureiro, do Cursinho do
XI.
O mês de março deste ano foi
palco de protesto contra o golpe, que destitui do poder o então presidente João
Goulart, e também de uma nova marcha da família, em homenagem à Marcha da
Família com Deus pela Liberdade de 1964, que reuniu cerca de 100.000 pessoas na
Cinelândia, no Rio de Janeiro, dias antes da tomada do poder pelos militares. A
correlação histórica é necessária para entender os efeitos da ditadura e o
processo de redemocratização do país, garante Loureiro.
Outro assunto relacionado à
ditadura que também pode aparecer na prova é a Comissão da Verdade. Instituída
em 2012 pela presidente Dilma Rousseff, a comissão tem a missão de apurar
crimes cometidos durante a ditadura. Entre as medidas tomadas pela comissão,
está a exumação dos restos mortais de João Goulart para analisar a causa de sua
morte.
TEMA 06: VACINA CONTRA O VÍRUS DO HPV
Em março deste ano, o governo
federal começou a vacinar gratuitamente meninas de 11 a 13 anos de idade contra
o vírus do HPV. O tema, apesar de recente, já havia passado por discussão em
2013 e é um dos assuntos com grande probabilidade de cair no Enem neste ano.
Para o professor Joel Pontin, do Cursinho da Poli, o assunto pode servir de
gancho para perguntas sobre biologia. "Vacinação, de modo geral, não é um
assunto muito presente no Enem, que pode usar a grande repercussão dessa vacina
para introduzir algumas questões".
A vacina contra o HPV é capaz de
prevenir a transmissão do vírus causador do câncer do colo do útero, que pode
ser contraído por meio de relação sexual, contato direto com pele ou mucosa
infectadas, e também no momento do parto. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
estima que 290 milhões de mulheres no mundo sejam portadoras do HPV, sendo que
32% são infectadas pelos tipos causadores do câncer. Por ano, 270.000 pessoas
morrem em decorrência da doença.
Até 2016, o governo quer expandir
a vacinação para meninas de nove anos, faixa etária considerada ideal para
evitar a propagação do vírus do HPV, segundo especialistas. Para o professor
Pontin, é importante que os estudantes pesquisem mais informações sobre o vírus
do HPV e sobre a atuação da vacina no corpo humano. "O tema pode aparecer
em uma pergunta mais ampla sobre a vacinação, abrangendo inclusive outros tipos
de vacinas", explica.
FONTE: Veja.com
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