sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O lixo nosso de cada dia: retrato de um povo sem educação


     Em artigo publicado hoje no GLOBO, o engenheiro Carlos Aguilar fala sobre o excesso de lixo que nós brasileiros jogamos nas ruas. Compara com outras culturas, como a japonesa, que delega a cada um os cuidados com o próprio lixo. Diz ele: 

"É equivocado o pensamento de que limpeza urbana é um problema unicamente do poder público. Em muitos países, a população já compreendeu que o descarte e o tratamento do lixo também são de responsabilidade de quem o produz. Garantir que ele chegue ao destino adequado é uma questão de cidadania e respeito ao futuro. 

 Em Tóquio, por exemplo, não existe a necessidade de instalação de lixeiras nas ruas. Os moradores entendem que possuem a obrigação de levar o lixo para casa e separá-lo para a coleta seletiva. O sistema de reciclagem local abrange mais de dez categorias. Em alguns bairros, como Odaíba, a taxa de reaproveitamento do lixo chega a 100%. Em Toronto, no Canadá, a participação popular nos trabalhos de reaproveitamento do lixo chega a 96%."

 O autor, em seguida, lembra da quantidade absurda que os cariocas despejam de lixo por ano nas ruas. São números impressionantes. O ano novo já deixa sua marca no dia seguinte: começamos cada ano recolhendo uma quantidade incrível de porcaria nas praias. O Carnaval vem aí, para repetir a dose. 

     Como conclui o engenheiro, as autoridades públicas não devem ficar isentas de responsabilidade, pois lhes cabe desenvolver sistemas de coleta mais modernos e fiscalizar os porcalhões. “Nada disso, porém”, diz ele, “apresenta qualquer resultado se a outra parte envolvida continuar ignorando o seu papel de fazer uma cidade sustentável. O problema do lixo é de todos”. Chama-se cidadania. 

     Escrevi sobre o assunto aqui, com base em um ótimo livro de Theodore Dalrymple, que recomendo a todos. No texto, concluí a mensagem da seguinte forma: 

"Eis o que precisamos para combater a crescente porcaria pública: incutir nas crianças que lixo é lixo, e que é simplesmente errado jogá-lo no chão. Para isso existem as latas e sacos de lixo. Se o desespero de Dalrymple no Reino Unido é grande, imaginem o meu no Brasil, país em que “mijões” pululam por aí e muitos acham que as vias públicas são depósitos de lixo para seus restos de comida. 

É hora de limpar essa porcaria toda. O lixo, como sabem os autores de livros policiais, diz muito sobre a pessoa. E o lixo nas ruas diz muito sobre a cultura, ou o que restou dela…"

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ATUALIDADES: Facebook deve perder 80% dos usuários até 2017

Segundo estudo da Universidade Princeton, rede parou de crescer nos Estados Unidos e seu destino deve ser o mesmo do MySpace, que caiu no esquecimento em 2011


     O fim do Facebook está próximo. Pelo menos é o que garantem os engenheiros da Universidade Princeton, que desenvolveram um estudo que mostra que 80% dos usuários da rede devem abandonar o serviço até 2017. Para chegar à conclusão, os pesquisadores aplicaram padrões epidemiológicos e fizeram uma relação matemática entre adoção e abandono de sites como Facebook e MySpace com a expansão de infecções e recuperação dos doentes.

Obs.: Veja a reportagem completa da Veja.com aqui



1) A origem: comparar garotas da universidade (2003)


     Em outubro de 2003, quatro estudantes (Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Chris Hughes e o brasileiro Eduardo Saverin) da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, desenvolvem uma rede dedicada à quase pueril tarefa de comparar garotas da faculdade, escolhendo as mais atraentes. O Facemash é um sucesso: em quatro horas, atrai 450 visitas e exibe fotos das estudantes 22.000 vezes. A empreitada incentiva Zuckerberg a criar o Thefacebook.com.

2) Começam as batalhas jurídicas (2004)


     Em fevereiro de 2004, Zuckerberg e seus amigos decidem lançar o Thefacebook.com, rede social dedicada aos alunos de Harvard. A ideia, que permite a criação de laços digitais entre estudantes, agrada: em 24 horas, mais de mil usuários se cadastram. Seis dias após o lançamento do serviço, aparecem os primeiros problemas. Três estudantes da instituição – Divya Narenda e os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss – acusam Zuckerberg de violar regras de propriedade intelectual (a batalha judicial só seria finalizada em 2008, quando Narenda e os Winklevoss receberiam 20 milhões de dólares em ações do Facebook). Ainda em 2004, a startup recebe 500.000 dólares em investimentos de Peter Thiel, cofundador do PayPal. Em dezembro do mesmo ano, a rede alcança 1 milhão de usuários.

3) A briga com o brasileiro Eduardo Saverin (2005)


     Cofundador do Facebook, o brasileiro Eduardo Saverin atua como administrador do Facebook no início do negócio. Mas ele logo se choca com Mark Zuckerberg. Este quer mais usuários; Saverin, mais investimentos. Sem acordo, o brasileiro decide deixar a empresa, em 2005, e terminar graduação em economia em Harvard. Zuckerberg abandona o curso de ciência da computação e, incentivado por Sean Parker, cofundador do Napster (site que fornecia músicas para download gratuito e que foi tirado do ar pela Justiça americana), muda-se para a Califórnia para se dedicar ao Facebook. A pedido do próprio Parker, a empresa compra o domínio Facebook.com por 200.000 dólares e descarta definitivamente o artigo "The" de seu nome. Mais tarde, Saverin seria processado pelo Facebook por interferir nos negócios da empresa. Segundo relatos do livro Bilionários por Acaso, Zuckerberg queria diminuir a participação do brasileiro nos ganhos totais da empresa de 24% para 0,3%. Saverin abriria processo contra a rede – do qual sairia vencedor. Hoje, detém 2,5% das ações do Facebook. Ele teve ainda seu nome oficialmente reconduzido ao rol de fundadores da companhia.

4) A rede se abre para o mundo (2006)


     O desejo de fazer parte da rede tomou conta de universitários de várias instituições americanas (até então, o acesso era restrito a Harvard, Stanford, Columbia e Yale). Em setembro de 2006, chega a hora de pular os muros acadêmicos para abraçar o mundo: o Facebook permite a adesão de qualquer usuário com mais de 13 anos de idade. O crescimento atrai investidores e interessados em comprar a rede, que recebe proposta de 750 milhões de dólares. Mark Zuckerberg diz que o Facebook vale 2 bilhões de dólares.

5) A rede se abre para desenvolvedores independentes (2007)


     Em maio, Mark Zuckerberg decide inovar: manter a sua API (application programming interface, ou interface de programação de aplicações) aberta a desenvolvedores independentes. Assim, a rede social é uma das primeiras empresas de grande porte da internet a permitir que pessoas fora de seu quadro de funcionários criem aplicativos baseados no seu código de programação. A estratégia permite que o site se renove de forma permanente, à medida que mais desenvolvedores criam jogos, enquetes e outras aplicações de interação. Em outubro, a Microsoft compra participação minoritária na rede por 240 milhões de dólares, acabando com boatos de que a gigante do software compraria o site. “O Facebook não será vendido”, diz Mark Zuckerberg.

6) Tentando engolir a concorrência (2008)


     Em 2008, o Facebook vai às compras. Segundo o diário britânico Financial Times, a empresa oferece 500 milhões de dólares pelo microblog Twitter, criado em 2006. Biz Stone, um dos fundadores da rede, rejeita a oferta.

7) A história da rede social vira filme (2010)


     Fenômeno da web, o Facebook chega a Hollywood em dezembro de 2010. O filme A Rede Social narra episódios dos primórdios do serviço, incluindo as batalhas jurídicas entre Mark Zuckerberg, os irmãos Winklevoss e o brasileiro Eduardo Saverin. A obra cinematográfica ajudou a fomentar ainda mais interesse na rede. Em 2011, o filme concorreria em oito categorias do Oscar, entre elas a de melhor filme: sairia com as estatuetas de trilha musical, edição e roteiro adaptado.

8) No Brasil, a luta contra o rival Orkut (2011)


     No Brasil, a rede encontra resistência para destronar um gigante considerado até insuperável, o Orkut. Oficialmente, o Facebook assume a posição de rede social mais popular no país em dezembro de 2011. No mundo, sua supremacia já é incontestável: serviços populares ou locais, como o MySpace, minguam e dão espaço ao projeto de Mark Zuckerberg.

9) Mark Zuckerberg curte e compra o Instagram (2012)


     Em abril de 2012, o Facebook abre os cofres e paga 1 bilhão de dólares pelo Instagram, aplicativo de edição e compartilhamento de fotos para plataformas móveis. Fica claro que a estratégia pretende animar investidores, de olho na esperada abertura de capital da companhia.

10) A maior abertura de capital de uma empresa de tecnologia da história (2012)


     Em maio, a companha estreia no mercado financeiro com a maior oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da Nasdaq, a bolsa de valores do setor de tecnologia. São oferecidas 421 milhões de ações, com valor individual fixado em 38 dólares. A operação arrecada cerca de 16 bilhões de dólares: dessa forma, o valor de mercado da empresa chega a 104 bilhões de dólares. Trata-se de um marco do setor de tecnologia e o terceiro maior IPO dos Estados Unidos, atrás apenas dos realizados pela Visa, que arrecadou 19,7 bilhões de dólares, em 2008, e da General Motors, com 18,1 bilhões, em 2010.

11) Novo feed de notícias (2013)

     No mês de março, a companhia revela alterações em seu feed de notícias – área reservada às atualizações de toda a rede de contatos do usuário. A mudança permite que os usuários utilize novos filtros para decidir o que vai aparecer em sua página, como categorias específicas para posts sobre músicas, vídeos, games e fotos.

12) Facebook Home (2013)


     Em abril, o Facebook apresenta o 'Home', interface que exibe funcionalidades da rede social na tela inicial de smartphones com sistema operacional Android, do Google, sem a necessidade de acessar o browser ou o aplicativo.

FONTE: Veja.com

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Prisões do país têm 1 morte a cada 2 dias

Maranhão registrou 28% dos homicídios; chance de ser morto atrás das grades é 60 vezes maior que do lado de fora 

 Presos obrigam rivais a tomar coquetel fatal; vítimas do 'gatorade da morte' não são computadas 


    Conhecidas como "escolas do crime", as prisões do Brasil foram cenário de ao menos 218 homicídios em 2013. Isso representa média de uma morte a cada dois dias. 

     Só o complexo de Pedrinhas, em São Luís, respondeu por 28% do total nacional e por todas as mortes em prisões do Estado, aponta levantamento da Folha. 

      Alagoas, Bahia e Rondônia não forneceram informações. 

     No Maranhão, que enfrenta grave crise de segurança, a chance de ser morto num presídio é quase 60 vezes maior do que do lado de fora. 

    Os números incluem apenas as mortes violentas no sistema prisional dos Estados. Não consideram casos registrados em carceragens de delegacias, para os quais não há dados consolidados. 

    Ou seja, a violência atrás das grades pode ser ainda maior, já que historicamente o número de presos sob custódia policial equivale a 10% do total de detentos em cadeias e presídios. 

     Além disso, há casos de mortes em cadeias que permanecem em investigação e, por ora, não foram computados como homicídios. 

     Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, nenhum crime foi registrado em 2013, mas 14 óbitos estão "a esclarecer". 

 'GATORADE' DA MORTE "

     "A subnotificação é a regra", diz o assessor jurídico da Pastoral Carcerária, José de Jesus Filho. 

   Segundo ele, em muitos Estados há ainda a chamada "morte gatorade", em que os presos são obrigados a tomar um coquetel com drogas que leva à overdose. 

     Com cerca de 550 mil pessoas no sistema prisional, o Brasil tem, em números absolutos, a quarta maior população carcerária do mundo. 

      Fica atrás apenas de EUA (2,2 milhões), China (1,6 milhão) e Rússia (680 mil). 

      Brigas de toda a natureza são apontados como motivos mais comuns das mortes. 

 "Há rivalidades entre facções e também acertos de contas isolados, de quando já há problemas fora do presídio", afirma o diretor do Departamento Penitenciário do Paraná, Cezinando Paredes. 

      Nem mesmo a separação dos presos por alas, isolando gangues rivais, é capaz de eliminar esse tipo de ocorrência, dizem as gestões. 

    Os presos, segundo Paredes, convivem 24 horas. Rixas podem surgir qualquer momento, num ambiente tenso. 

 "Quando alguém planeja uma morte, ainda mais num ambiente em que se conhece a rotina da vítima, é difícil evitar", diz o superintendente de segurança penitenciária de Goiás, João Carvalho Coutinho Júnior. 

     Goiás, que registrou 17 homicídios em 2013, faz inspeções três vezes por semana nos principais presídios do Estado atrás de armas. Encontra cerca de 50 por vez.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Vídeo mostra o ataque selvagem que matou a menina Ana Clara

     
     As câmeras de segurança do ônibus atacado e incendiado na última sexta-feira por bandidos em São Luis do Maranhão gravaram a morte da menina Ana Clara Santos Souza, de 6 anos. Ela entrou no carro com a mãe, Juliane, de 22, e a irmã, Lorane, de 1 ano, às 20h07. No minuto seguinte, um bandido conhecido como “Porca Preta” entrou com uma pistola na mão e rendeu o motorista. As imagens da câmera não mostram, mas, do lado de fora, seis comparsas – sendo três menores de idade — cercavam o veículo. Um deles despejou gasolina no interior do carro e ateou fogo. Em pânico, os passageiros começaram a correr em direção à saída. Quando chegou a vez de Juliane e suas filhas, as chamas tomaram conta da escada. As três foram atingidas. A mãe e a filha menor correram para dentro do ônibus. Ana Clara ficou na escada, no meio do fogo. Uma passageira chegou a pular por cima dela para conseguir escapar. Quando a menina saiu do ônibus, já estava com o corpo em chamas. As câmeras mostram Ana Clara perambulando pela rua por alguns segundos, em choque. Ela morreu dois dias depois, com 95% do corpo queimado na UTI pediátrica do Hospital Estadual Juvêncio Matos. A mãe, que teve 40% do corpo queimado, e a irmã continuam internadas em estado grave. A polícia já sabe que a ordem para os ataques perpetrados em São Luís nos últimos dias, incluindo o que matou Ana Clara, partiu de um detento do presidio de Pedrinhas, Jorge Henrique Amorim Martins, o "Dragão" — um dos líderes da facção criminosa Bonde dos 40, que disputa com o Primeiro Comando do Maranhão o domínio sobre os presídios e a venda de drogas no Estado. 


      A ordem inicial de Dragão, dada às 17h da sexta-feira, era para promover quarenta ataques na cidade, não apenas contra ônibus, mas também contra contêineres que abrigavam postos de atendimento da PM. Seria uma represália à entrada da PM em Pedrinhas naquele mesmo dia. Na ação, os PMs quebraram ventiladores, misturaram água sanitária em sacos de arroz que os presos haviam guardado dentro das celas e puseram sabão em pó no café. Os criminosos só não levaram o plano adiante porque a Polícia Civil, que interceptava as conversas dos detentos com autorização judicial, conseguiu passar a informação para a PM, que aumentou o patrulhamento e retirou seus contêineres das ruas. Os principais comparsas de Dragão do lado de fora da penitenciária, entre eles Porca Preta, foram presos ao longo do final de semana.

FONTE: Veja.com

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Porta dos Fundos e a barbárie

Conhecidas são as conseqüências e os graves efeitos de dano social quando o humor é utilizado com arma de perversão sexual e afronta à moral religiosa. 


      Nas vésperas do Natal, na noite santa de 24 de dezembro, solicitaram-me ver e denunciar o filme "Especial de Natal", do grupo "Porta dos Fundos". Impactado, percebi de imediato a gravidade da situação. Blasfemo e sacrílego, o ateu declarado Fábio Porchat, roteirista do filme, infringiu o artigo 208 do Código Penal: 

 "Dos Crimes contra o sentimento religioso: Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa..."

 Escárnio do sentimento religioso, vilipêndio, zombaria. A intencionalidade do escárnio e, portanto, da provocação deliberada aos cristãos, se comprova na data escolhida para a exibição do filme, na festa celebrada em todo o mundo, do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

     O ateísmo militante do "Porta dos Fundos", desponta como uma força a mais na somatória de hostilidades ao cristianismo, que desde a Renascença tais agressões vem se articulando, e obtiveram o poder político depois da Revolução Francesa, e hoje agem como força globalista a intensificar cada vez mais seu ódio ao cristianismo, utilizando-se de todos os meios para isso, e mirando cada vez mais na doutrina católica. 

     Hoje, com alto poder tecnológico e financeiro, o ateísmo militante (na soma dessas forças) se sente preparado para agir com quase inteiro destemor, para corroer ainda mais a tessitura civilizacional, e estender a barbárie por toda a parte, inclusive o surrealismo e o anarquismo sexual (como explicitado na esquete "Sobre a Mesa", do mesmo grupo). Neste contexto, "só o Deus moral é refutado", como queria Nietzsche, "e o reino dos céus encontra-se imediatamente ao nosso alcance" (Camus), dando mais força ao mais forte, que poderá então saciar todas as volúpias, violentando o mais fraco, de todas as formas. É o que pede a personagem mulher de "Sobre a Mesa", quando responde ao marido que o que deseja mesmo é ser violentada sexualmente, por tudo e por todos, e de todas as maneiras, até a extenuação total. E para isso acontecer, é preciso extinguir todo limite moral, para que os fortes (os mais fortes) possam gozar de todas as delícias epidérmicas, esmagando os fracos, na pior lógica do darwinismo social. 

    É evidente a violência travestida de sátira nas esquetes do "Porta dos Fundos". O riso não é condenável, em si, mas quando utilizado como arma de perversão sexual e afronta religiosa, torna-se abominável. Ainda bem antes da hegemonia da televisão nos meios de comunicação, Frederick Wertham advertiu sobre os graves efeitos da violência contida nas histórias em quadrinhos, especialmente no comportamento de crianças e adolescentes, como lembra Roger Shattuck, em "Conhecimento Proibido" (Companhia das Letras, 1998). E que também conta que para Bruno Bettelheim, as estórias de contos de fadas, "ensinam as crianças não a imitar a crueldade e a destruição, mas a vencê-las". O fato é que fez parte do projeto revolucionário banir toda e qualquer restrição à criatividade literária, para justamente fomentar a perversão e seus inevitáveis efeitos de crueldade e destruição de valores humanos (daqueles valores que efetivamente humanizam), consolidados pelo cristianismo, e por causa de tais valores foi possível o esplendor da civilização ocidental. 

    Mas a libido scendi (libido pelo conhecimento) não contem o afã da barbárie. Goethe que o diga, com "Fausto"! Mesmo assim, o furor da hybris, tão temido pelos gregos antigos, avançou com os libertinos do séc. XVII e XVIII, até encontrar em Sade sua expressão mais tenebrosa. E agindo como demolidores constantes do cristianismo, tiveram força suficiente no final do século XX para reabilitarem Sade, incluindo-o na plêiade francesa, tido hoje como um ícone dos que se sentem fortes para desferir mais golpes contra a moral cristã. Querem vingar Sade pelos anos que passou preso na Bastilha. 

 Entre as acusações contra Sade, relata Shattuck, 

 "estavam a sodomia homossexual e heterossexual (...) vários espancamentos com chicote e possíveis ferimentos à faca em prostitutas, a masturbação sobre um crucifixo, corrupção de adolescentes, ameaças de morte e outros excessos". "De temperamento sexual vulcânico, Sade tinha dificuldade em atingir o orgasmo. Duas práticas o auxiliavam: a dor, causada ou sofrida, e a sodomia passiva, simulada na prisão com pênis artificiais que a mulher encomendava especialmente para ele". 

     Mas hoje Sade está na plêiade, em edições de luxo, enaltecidos por Camille Paglia, entre outros, inspirando o humor cáustico e sórdido a ser mais intenso na corrosão da moral cristã, pois desejam é reduzir a pó o edifício cristão. Para aí sim, fazer prevalecer a República de Saló, em escala global. 

     O que o "Porta dos Fundos" está disposto a fazer é escancarar a porta para a República de Saló, onde os mais fortes sempre terão todas as vantagens, à custa dos padecimentos de quem puderem se aproveitar para seus fins de poder, sem nenhuma piedade nem humanidade. Quando a personagem mulher da esquete "Sobre a Mesa" diz ao marido querer mesmo é ser violentada sexualmente por muitos e de todas as formas, faz empalidecer Sade, em seu afã de perversidade. O pior é que na mentalidade dos defensores de Sade, como Jean Paulhan, a perversão sexual não é crime, mas direito a felicidade. Os excessos do sadismo, não são vistos como crime, mas como expressão extrema do egoísmo utilitarista, apenas isso. Mas quem tiver força e puder fazê-lo, qual o problema? Que cada um saiba como se defender disso. "Seja, pois um forte". Nessa lógica, o mais terrível efeito dos excessos decorrentes da liberdade total, é que o forte só poderá exercer sua força de volúpia total, impondo a dor aos demais, tendo prazer inclusive na dor de seus subjugados. E é isso justamente que a moral cristã visa conter e deter, e tendo feito isso, foi capaz de civilizar. Com o "Porta dos Fundos", a porta se escancara ainda mais para a extensão da barbárie, com os seus já bem conhecidos danos sociais. 

Hermes Rodrigues Nery é autor do romance "O Dilema de Páris" (Edicon, 1996); "Presença de Rachel - conversas informais com a escritora Rachel de Queiros, FUNPEC, 2002) e "A Igreja é Viva e Jovem" (Ed. Linotipo Digital,, 2013).

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Imagens chocantes mostram a destruição física de viciados


     Depois de algum tempo, os cabelos já não são os mesmos. O rosto perde a cor. As bochechas somem. Os dentes caem. A pele ganha manchas, olheiras, rugas, machucados. Os olhos perdem completamente o brilho. 

     Esses são os efeitos físicos mais visíveis causados pela uso de drogas pesadas, incluindo cocaína, heroína e metanfetamina – como você pode ver nas chocantes imagens abaixo. 

     As fotos à esquerda mostram viciados em drogas ao serem presos pela primeira vez. As da direita revelam as mesmas pessoas algum tempo depois, durante a segunda, terceira ou quarta passagem pela cadeia. As imagens foram organizadas pelo gabinete do xerife do Condado de Multnomah, no Estado de Oregon, nos Estados Unidos, com o objetivo de alertar a população para os efeitos reais das drogas. 

     E são apenas os efeitos físicos. Imaginem os efeitos psicológicos. Assustador, não?!

Fotos com diferença de 7 anos
Diferença de 3 anos
Diferença de 4 anos
Diferença de 2 anos
Diferença de 4 anos
Diferença de 7 anos
Diferença de 6 meses
Diferença de 4 anos
Diferença de 11 anos
Diferença de 8 meses
Diferença de 1,5 anos
Diferença de 2,5 anos

Livro recomendado: A irmã de Freud

Freud podia salvá-las, mas deixou 4 irmãs para os nazistas

     Holocausto, sempre o Holocausto, e sempre uma nova história. Quando pensamos que tudo sobre o assunto já foi dito, uma novidade ruim volta a aparecer. Agora é a vez do pai da psicanálise. 

   Teria Sigmund Freud sido responsável pela morte de sua irmã em um campo de concentração nazista? A Irmã de Freud, de Goce Smilevski, traduzido por Marcello Lino, chocou os leitores, que se perguntavam se a história seria verdade. 

     Apesar de ser ficção, a premissa da obra é verdadeira: Freud fugiu da Áustria em plena ascensão nazista deixando quatro irmãs para trás. Todas morreram em campos de concentração. 

     Na Viena ocupada pelos nazistas, Freud recebeu o direito de fugir para o exterior levando consigo alguns entes queridos. Na lista do fundador da psicanálise, entram a mulher, os filhos, a cunhada, duas assistentes, o médico pessoal com sua família e até o cachorro, mas não quatro irmãs idosas: Marie, Rosa, Pauline e Adolfine. É a voz desta última, deportada para o campo de concentração de Terezín, que relembra com dolorosa mágoa o episódio. 

     Smilevski narra, com maestria, a trajetória da família do famoso Freud, com destaque, obviamente à narradora. Por meio de Adolfine, o leitor descobre a intimidade do famoso psiquiatra, suas fraquezas e como ele se relacionava com os parentes. Além disso, mostra a vida miserável que ela própria teve. Há também um intenso debate de teorias psicanalíticas, mostrando como elas não eram seguidas pelo próprio criador. 

     Um dos principais temas tratados na obra é a loucura, que culmina com uma inteligente discussão entre os dois protagonistas a respeito da felicidade e do sentido da vida. 

     A Irmã de Freud é o relato de uma mulher que, esquecida nas sombras da história, revive relações familiares gélidas, um amor trágico, o sonho não realizado da maternidade e a aceitação de encontrar a paz apenas no esquecimento tranquilizador de uma loucura autoimposta.

NÃO É BOM ABRIR VIAS EM FAVELAS

Fonte:  Brasil247


     Urbanista especializado em favelas Manoel Ribeiro defende, na coluna de Fernando Molica do jornal O Dia, que não é necessário abria vias em favelas, e que os projetos de infraestrutura devem preservar o caráter popular das comunidades. 

     Ele acredita que a manutenção dos padrões urbanísticos originais das favelas, com suas vielas estreitas, escadarias e espaços onde não chegam automóveis fazem com que esses lugares sejam menos consumíveis à classe média, e assim, além de manterem seus aspectos originais, ainda os protegem de uma possível gentrificão. 

     Para Manoel Ribeiro, tanto o Santa Marta quanto o Pavão/Pavãozinho são bons exemplos de favelas com vias não carroçáveis que permitem um bom transporte de pessoas e com manejo racional da descida do lixo, e que a instalação de hidrantes dispensaria a necessidade de vias abertas para os carros de bombeiros. 

 Meus comentários (Por Luciano Henrique)

      A inteligibilidade do discurso de Manoel Ribeiro depende de que conheçamos a esquerda como ela é, não como ela diz ser. A esquerda diz que se preocupa com os pobres. Mas um mero olhar cético, lançado a partir de fora, nos mostrará que eles dependem da miséria dos pobres para inchar o estado. Logo, a preocupação real com os pobres estará sempre em último lugar na lista de prioridades. 

      De um lado temos propostas para abrir vias em favelas. Do outro temos Manoel Ribeiro, dizendo que essa vias não devem ser abertas. Quais os argumentos em favor disso? O “caráter popular das comunidades” deixará de ser preservado. A ideia, no fundo, reside em afastar os pequenos confortos da classe média dos habitantes da favela. 

      Mas por que um esquerdista faria uma proposta tão torpe? Simples: pessoas que tem algum nível de conforto típico da classe média tendem a nutrir algumas expectativas da classe média, isto é, a luta pela manutenção do pouco que conseguiram, ao invés da aderência a princípios socialistas. 

      Ou seja, em prol da manutenção das “comunidades” de forma que eles possam capitalizar mais em cima de sua população, esquerdistas lutam para aniquilar oportunidades de tornar a vida dos favelados melhor e mais confortável. Por que eu não estou surpreso?

Novas evidências revelam que Hitler escapou da Alemanha

Informações de arquivos secretos do FBI e dos serviços de inteligência dos EUA, finalmente revelados ao público, levantam questões surpreendentes 

WASHINGTON — Todo mundo sabe que Adolf Hitler cometeu suicídio com um tiro em seu abrigo subterrâneo em 30 de abril de 1945. 

Pelo menos, essa tem sido a opinião geralmente aceita. 

Adolf Hitler e Eva Braun
     Agora, chega o recente livro “Hunting Hitler: New Scientific Evidence That Hitler Escaped Germany” (Caçando Hitler: Nova Evidência Científica de que Hitler Escapou da Alemanha), escrito pelo jornalista veterano do WND Jerome R. Corsi. 

     Examinando arquivos que até pouco tempo atrás eram mantidos em segredo pelo FBI e pelos serviços de inteligência das forças armadas dos EUA, Corsi argumenta de forma convincente que os investigadores dos EUA suspeitavam desde o início que Hitler havia escapado. Por razões políticas, indica a evidência, eles estavam dispostos a aceitar a mentira de que nos dias finais da 2ª Guerra Mundial, Hitler se casou com sua amante, Eva Braun, e os dois tiraram a vida num ritual de suicídio conjunto logo antes que o exército soviético entrasse em Berlim. 

    Mas a verdade é, ninguém realmente viu Hitler cometer suicídio. Não existem fotografias documentando um suicídio conjunto de Hitler e Eva Braun, e os corpos dos dois nunca foram recuperados ou preservados para identificação positiva. 

Novo livro de Jerome R. Corsi
     Em 2009, Corsi mostrou, Nicholas Bellatoni, o arqueólogo do estado de Connecticut, recebeu permissão do Arquivo do Estado da Federação Russa em Moscou para examinar os fragmentos de crânio que os russos afirmam por décadas que são provas de que Hitler cometeu suicídio. 

   As descobertas surpreendentes de Bellatoni levaram Corsi a fazer mais investigações. 

“O que me fez questionar o suicídio de Hitler foi a análise de DNA que Bellatoni realizou. Essa análise provou de forma conclusiva que os fragmentos de crânio não pertenciam a Hitler, mas a uma mulher de 40 anos que não tinha parentesco nenhum com Eva Braun,” disse Corsi. 

     Em “Hunting Hitler,” Corsi sugere que Hitler foi para a Argentina com a ajuda de agentes de inteligência dos EUA que vinham trabalhando secretamente com os nazistas desde 1943. Allen Dulles, então um agente do Escritório de Serviços Estratégicos, ou ESE, a agência anterior à CIA, estava se comunicando secretamente com os nazistas mais importantes a partir de seu escritório em Berna, Suíça, disse Corsi. 

Corsi traz à tona muitas questões preocupantes, inclusive: 

* Por que os americanos não conseguiram obter evidência física dos restos mortais de Hitler depois que os russos esconderam o corpo dele? 
* Por que Stálin e Eisenhower duvidavam da morte de Hitler? 
* Por que ninguém no abrigo subterrâneo de Hitler ouviu tiros? 
* Os agentes de inteligência dos EUA na Europa, inclusive o ESE e Allen Dulles (que mais tarde dirigiu a CIA sob o presidente Eisenhower), ajudaram Hitler a escapar, assim como haviam ajudado muitos outros nazistas? 

     Os meios de comunicação da Argentina noticiaram que Hitler havia chegado ao país e continuaram a noticiar sua presença. Por que essas descobertas não chegaram aos EUA? 

      Corsi contou com relatórios de autópsia, transcrições de interrogações, documentos dos arquivos soviéticos, relatórios da CIA, pesquisas extensivas na Administração Nacional Arquivos e Registros em Washington, D.C., e em College Park, Md., e muito mais para dar respaldo ao seu argumento. 

Os serviços de inteligência dos EUA ajudaram Hitler a escapar? 

     Sua evidência é chocantemente abundante, e seu argumento claro dá crédito a uma nova teoria que desentranha o relato do duplo suicídio. 

“A estória de que Hitler e Eva Braun cometeram suicídio era uma mentira planejada por agentes de inteligência dos EUA no final da 2ª Guerra Mundial para facilitar a fuga não só de Hitler e Eva Braun, mas também de importantes nazistas que eram criminosos de guerra como Adolf Eichmann que foi descoberto em 1960 escondido na Argentina,” argumentou Corsi. 

      Ele apresenta evidência documentada de que a missão em tempo de guerra de Allen Dulles na Suíça incluía ajudar Martin Bormann, secretário de Hitler, a canalizar bilhões de dólares de lucros financeiros mal obtidos da Alemanha e investir no mercado de valores dos EUA e Argentina para fornecer uma proteção financeira para sobreviver escondidos depois da guerra. 

Nos Arquivos Nacionais em College Park, Corsi descobriu um recorte do jornal militar americano “The Stars and Stripes” publicado em 8 de outubro de 1945, relatando uma declaração chocante feita pelo General Dwight D. Eisenhower, então o supremo comandante das Forças Aliadas. 

     O curto texto diz: “Há ‘razão para crer’ que Hitler pode ainda estar vivo, de acordo com um comentário feito pelo General Eisenhower para jornalistas holandeses. A declaração do general anulou sua opinião anterior de que Hitler estava morto.” 

     Corsi pergunta por que a chocante declaração de Eisenhower ficou, em grande parte, sem ser noticiada em jornais e livros de história dos EUA até mesmo hoje. 

Hitler estava no U-530? 

     Investigando o rastro da rota de fuga de Hitler, Corsi descobriu evidência documentada nos Arquivos Nacionais de que Hitler conseguiu chegar a Argentina num submarino alemão, o U-530 que misteriosamente emergiu no porto de Mar del Plata sob o comando de Otto Wermuth e seu subcomandante, Karl Felix Schuller, depois de terem passado semanas fazendo desembarques clandestinos de passageiros ao longo das praias argentinas no oceano Atlântico. 


     Bem escondido nos Arquivos Nacionais, Corsi descobriu um relatório dos serviços navais de inteligência dos EUA escrito em 18 de julho de 1945, pelo adido naval em Buenos Aires que notificou Washington de que havia razão para acreditar que o U-530 havia desembarcado Adolf Hitler e Eva Braun no sul da Argentina antes que o submarino fizesse sua viagem para se entregar em Mar del Plata. 

     Corsi tinha as reportagens dos jornais traduzidas de Hitler e Braun recebendo as boas vindas de ricos simpatizantes nazistas da grande comunidade alemã da Argentina. Os alemães ali haviam construído uma mansão escondida nas densas florestas montanhosas de Bariloche para dar conforto e segurança ao führer nazista em seus anos de velhice. 



      Corsi escreve: “Em 1943, o arquiteto Alejandro Bustillo, a pedido de apoiadores alemães de Hitler então vivendo na Argentina, planejaram e construíram uma muito bem planejada residência de resort para Hitler e Eva Braun, Residencia Inalco, localizada numa região remota entre San Carlos de Bariloche Villa La Angostura, que tem limite no lago Nahuel Haupi, fora da cidade de Bariloche, na província de Rio Negro, Argentina.” 

     No sul da Argentina na região dos Andes vizinha do Chile, ele escreve: “As cercanias e a residência de Hitler foram selecionadas e projetadas para ter uma distinta sensação do refúgio Obersalzberg de Hitler acima da cidade de Berchtesgaden nos Alpes da Bavária. Hitler se mudou para a residência em junho de 1947.”

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Os revisionistas do holocausto

    
    O presidente Mahmoud Ahmadinejad, célebre, entre outras façanhas, pela militante negação da existência do Holocausto. A atitude do dignitário iraniano tem recebido condenação generalizada e explícita. A moderação das autoridades brasileiras na matéria não deixa de ser preocupante, para um país que pretende ocupar posição de protagonista no cenário político internacional. 

    As opiniões do presidente do Irã não configuram uma aberração. Elas estão associadas a uma corrente autodenominada “revisionista”, presente em círculos antissemitas europeus desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Tal corrente nega o episódio que vitimou cerca de 6 milhões de judeus, entre outros – como ciganos, homossexuais e dissidentes políticos – julgados indignos de viver pelos nazistas.

    Não há nada de errado, em princípio, com a ideia de revisionismo. O termo, historicamente, surgiu no século 19 associado a causa mais do que defensável: a revisão da condenação de Alfred Dreyfuss (1859-1935), capitão francês vítima de acusações injustas e infamantes, eivadas de antissemitismo. O conteúdo da ideia de "revisão", porém, dependerá daquilo que se pretende rever e do grau de refutação da existência de eventos históricos esmagadoramente evidentes. 

    Após a Segunda Guerra, emergiu de forma progressiva um "revisionismo negacionista" dotado de claras tinturas antissemitas e, a partir de 1948, antissionistas. Em seu clássico livro Les assassins de la mémoire, o historiador francês Jean-Pierre Vernant (1914-2007) resumiu os ‘princípios’ centrais sustentados pelos revisionistas: 

    Não houve o genocídio praticado pelos nazistas, e a câmara de gás – seu principal símbolo – jamais teria existido. 
  1. A “solução final” – termo presente no vocabulário oficial do regime nazista – não teria significado senão a expulsão dos judeus para a Europa Oriental. 
  2. O número de judeus vitimados teria sido muito menor – 1 milhão e não 6 milhões – e resultaria de bombardeios dos aliados e de doenças. 
  3. A Alemanha hitlerista não seria responsável pela guerra: os judeus são apresentados pelos revisionistas como corresponsáveis pela eclosão do conflito. 
  4. A principal ameaça à humanidade, durante a década de 1930, não era representada pela Alemanha, mas pela União Soviética. Por Stalin, não por Hitler. 
  5. O genocídio judaico teria sido uma invenção da propaganda aliada, fortemente influenciada pelos judeus que, “sob a influência do Talmud, têm propensão à imaginação estatística”, segundo antissemitas militantes e revisionistas como o norte-americano Arthur Butz e o francês Robert Faurisson, ambos ‘historiadores’ execrados por historiadores respeitáveis. 

    As "teses" do revisionismo negacionista são indefensáveis. Em vários países são tratadas no campo do direito penal, como criminosas. A fracassada tentativa de processar a historiadora norte-americana Deborah Lipstadt, feita pelo historiador revisionista inglês David Irving em um tribunal inglês, definiu de forma clara o lugar dos revisionistas negacionistas no cenário atual. 

    Lipstadt demonstrou o caráter neonazista das teses de Irving e seu antissemitismo doentio. Nos termos do filósofo hebreu Amós Finkelstein, os revisionistas praticam uma “contra-história“, uma “narrativa inautêntica e uma ação perniciosa”, voltadas para a “distorção da autoimagem do adversário, de sua identidade, por meio da desconstrução de sua memória”. 

   Ahmadinejad é herdeiro dessa tradição revisionista. Sua pregação encontra abrigo em um antissemitismo difuso, assentado em abissal ignorância histórica. Mais do que um ódio a Israel e aos judeus, trata-se da sobrevivência, em pleno século 21, de algumas das mais fundamentais motivações do nazismo.

A miséria argentina: por que socialistas precisam tanto controlar a mídia?

Fonte: Estadão 


     O governo da Argentina pode não gostar delas, mas as estatísticas de institutos independentes sobre a real situação do país continuam a ser produzidas – e mostram que todo o discurso sobre a superação da miséria não resiste à frieza dos números mais simples. 

   O mais recente levantamento, feito pelo Observatório da Dívida Social da Argentina, da Universidade Católica Argentina (UCA), indica que, em 2012, a pobreza atingiu 26,9% da população e a indigência, 5,8%, apesar do formidável crescimento econômico desde 2003, que a presidente Cristina Kirchner chamou de “década ganha”. A deterioração é evidente: em 1983, quando o país se redemocratizou, o porcentual de pobres era de 19,1% e o de indigentes, de 5,4%. 

    Trata-se de uma situação explosiva. A Argentina foi incluída pela consultoria Economist Intelligence Unit (EIU) entre os países com “risco muito alto” de rebeliões sociais em 2014. “Perda de poder de compra e alta do desemprego nem sempre são seguidos de revolta popular”, disse Laza Kekic, da EIU. “Somente quando os problemas econômicos são acompanhados de outros elementos de vulnerabilidade é que há algum risco de instabilidade.” 

     Pois é precisamente esse o problema argentino, identificado pelo estudo da UCA. O drama dos mais pobres no país não se limita a uma eventual alta de preços ou mesmo a dificuldades momentâneas de obter um emprego. A ruína dos pilares da boa administração econômica no país condenou essa parcela da população a uma permanente situação de penúria – e, conforme mostram os números, trata-se de um contingente de miseráveis cada vez maior. 

Já são mais de 10 milhões os argentinos que vivem sem emprego formal, em moradias improvisadas, sem atendimento médico básico e sem educação de qualidade. Metade dos trabalhadores está em ocupações precárias ou típicas de indigentes, como a de catadores de papel. O desemprego no setor mais vulnerável da população passou de 16,5% em 2007 para 30,6% em 2012. 

     Além disso, 37% dos jovens não terminam o ensino médio, 23,5% das residências precisam de assistência social permanente e 12% das crianças entre 5 e 17 anos têm de trabalhar. 

“Mais de uma década de crescimento não foi suficiente para resolver os problemas da marginalidade estrutural que afeta ao menos um em cada quatro argentinos”, diz a pesquisa da UCA. Segundo o estudo, famílias nessa situação, embora tenham obtido “direitos” nos últimos anos – é o que dizem os governistas -, não conseguem emprego de qualidade nem moradia digna, tampouco educação e saúde adequadas. São pessoas que dependem permanentemente de programas de transferência de renda – que, conforme destacam os pesquisadores, “não lhes permitem sair da condição de exclusão estrutural”. 

     Desse modo, fermenta uma “matriz social fragmentada, conflitiva, violenta, débil nas regras de convivência democrática”, diz a pesquisa, numa advertência pertinente neste momento em que a Argentina vive grande tensão, com saques e greves. Embora uma parte considerável da sociedade do país tenha melhorado de vida na última década, tanto financeiramente quanto em termos de direitos sociais, outra parte “continua privada de condições básicas para o desenvolvimento humano e a integração cidadã”. 

    À presidente Cristina Kirchner resta agarrar-se a estatísticas delirantes para provar que, ao contrário das evidências, seu governo acabou com a miséria. O mais fantástico desses números é o que qualifica como pobre a família cuja renda mensal seja inferior a 1.750 pesos, o equivalente a R$ 633. Observa-se o disparate quando se toma conhecimento de que uma família com pai, mãe e dois filhos precisa de ao menos 3.900 pesos (R$ 1.410) para não ser considerada pobre – o gasto mínimo somente com alimentos chegou, em novembro passado, a 2.200 pesos (R$ 795) mensais, segundo institutos independentes. 

     Pelos critérios do governo, habituado a inventar estatísticas, a pobreza atinge apenas 5,4% da população. No mundo real, porém, os pobres argentinos somam quase 27% – e eles estão ficando cada vez mais irritados. 

 Meus comentários 

      A história trágica da Argentina é um exemplo do que este sistema político faz com um país. Vamos à dinâmica: quanto mais um país adentra ao socialismo, mais torna-se incapaz de gerar valor para seus cidadãos, pois o socialismo se baseia em inchaço estatal levado ao limite do absoluto, cerceando e demolindo as atividades econômicas legítimas. O socialismo sempre gera valor apenas aos donos do estado inchado. E só. 

     O resultado, como sempre, é o aumento da pobreza no país. O problema é que isso, aos poucos, começa a irritar a população. A solução é o controle da mídia, o que facilita a maquiagem da realidade. 

     Alguns diriam que o controle da mídia não funciona, pois quando a crise é tão grave as pessoas sentirão seus efeitos, e não há censura governamental que resolva. Ledo engano. O fato é que os seres humanos tendem a olhar para suas vidas, e podem ser influenciados, até certo ponto, pelo que acompanham na mídia. Assim, um cidadão que vê sua vida prejudicada por um plano do governo, notando que o mesmo está acontecendo ao seu redor (mais próximo), pode ser influenciado a achar que “as coisas não estão tão ruins assim” a partir de notícias na mídia dizendo que “o país bate recorde de empregos”. (Em alguns casos, ele poderá se sentir azarado, apenas, ao invés de alguém sentindo os efeitos de um governo à deriva) 

     Desta forma, sendo o socialismo a maneira pelo qual políticos espertos e amorais incham o estado a ponto de destruir a economia de seu país, é preciso de uma “sobrevida” aos políticos que fizeram o serviço. de demolição. É por isso que eles precisam tanto de censura, e suas “ley de medios”.

Por Luciano Henrique

sábado, 4 de janeiro de 2014

Deputada comunista que faz pose para a Marie Claire

Rodrigo Constantino


     A deputada Manuela D’Ávila é do PCdoB, aquele com forte cheiro de naftalina, que ainda defende o comunismo em pleno século 21, que chegou a mandar até carta de apoio para o psicopata da Coreia do Norte, que agora resolveu eliminar o próprio tio usando-o como comida de cachorro. Mas Manuela é também mulher, de feições atraentes segundo os padrões nacionais, e vaidosa. 

     Por isso ela está fazendo poses toda maquiada na revista Marie Claire, item de consumo de muita patricinha entediada na hora de fazer as unhas e escovar o cabelo no salão chique. Há uma entrevista onde a deputada faz o que a esquerda faz melhor, ou seja, faz-se de vítima, em seu caso do machismo, em um país com uma presidente mulher, várias ministras mulheres, e mais da metade do mercado de trabalho ocupado por… mulheres! 

     Ela mesma é líder de seu minúsculo e jurássico partido na Câmara, mas ainda assim se faz de vítima de um machismo difuso e predominante, pois relata um caso com um deputado. Assim funciona a esquerda, hoje e sempre. O tom messiânico está presente também: 

"Dá vontade de ir embora. Mas estou na política porque quero mudar o mundo. Tem mulheres que apanham por causa desse tipo de pensamento".

     Sempre que escuto um esquerdista dizendo que pretende “mudar o mundo” tenho fortes calafrios. Não posso evitar. É que, ao contrário da imensa maioria da esquerda, eu li os livros de história e sei o que essa gente imbuída desse tipo de missão trouxe para o mundo. Não é algo bonito de se ver… 

     Manuela quer voltar para Porto Alegre e viver com seu novo marido. Diz ela: 

"Posso morar na minha cidade? Posso ser mais feliz com meu marido? Há 10 anos eu viajo um monte e agora não quero mais. É crime eu querer ser mais feliz e também fazer política? Acho que dá pra conciliar".

     Até onde sei, ninguém lhe impede disso. Ela é livre para escolher fazer o que bem quiser com sua vida. Mas, em termos gerais, de acordo com a própria cartilha comunista e o histórico dos “partidões”, a resposta seria um sonoro não. Ser feliz individualmente, colocar os próprios anseios acima dos interesses do Partido ou da classe, isso é heresia de burguês! 

     Se Manuela conhecesse mais a fundo a história do comunismo, saberia disso. Essa coisa de “buscar a felicidade individual” é algo bem liberal, burguês e capitalista. Coisa de gente que até encontra prazer na “leitura” da Marie Claire. Coisa de “alienados” da pequena-burguesia, que jamais seriam engajados na causa comunista. Decida-se, Manuela! És comunista mesmo, ou apenas mais uma ilustre representante de nossa esquerda caviar hipócrita?