Por Rogério Linhares
Segundo o dicionário, hegemonia é o mesmo que “supremacia, domínio, poder que algo ou alguém exerce em relação aos demais”. Entretanto, Flavio Morgenstern (autor do livro Por Trás da Máscara e articulista do site Senso Incomum) dá uma definição mais próxima da realidade, segundo ele, hegemonia é “um modelo de construir a sociedade com um pensamento único, impossibilitando qualquer outra interpretação da realidade”.
A esquerda mundial sempre desejou ter hegemonia. Antes da Segunda Guerra Mundial ela buscava hegemonia pela tomada violenta do poder (tendo como inspiração a Revolução Russa de 1917). Após a guerra, pela influencia do italiano Antonio Gramsci e da Escola de Frankfurt, esta estratégia foi mudando aos poucos para o estabelecimento de uma supremacia cultural que favorecesse no futuro uma superioridade política.
No Brasil, ficou mais que provado a intenção da esquerda em se tornar o “Moderno Príncipe ” (Gramsci). Em 2007, no início do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o PT lançou o “Livro de Resoluções do 3º Congresso Nacional do PT”. Nele o partido afirmava que “é internacionalista, anti-imperialista e socialista...” e que “...Busca construir, em escala internacional, uma nova HEGEMONIA, baseada no multilateralismo”(pag. 138) ainda de acordo com a mesma publicação o “ socialismo petista é fundado na democracia: como projeto dependente da vontade livre dos cidadãos e cidadãs, cuja realização se alicerça em uma nova HEGEMONIA na sociedade e no Estado”(pag. 17).
A hegemonia conquistado ainda na Ditadura Militar pelos fieis de Marx, com a tomada da grande mídia, do sistema educacional e do mundo cultural (que se consolidou com a chegado de Lula ao poder em 2003), está gravemente fragilizado com o advento da internet e das redes sociais. Antes a esquerda reinava incólume e intocável. Entretanto, com o surgimento destas novas plataformas de comunicação o domínio sobre as consciências, antes impenetrável, está cada vez mais debilitada.
Antes da eleição de Donald Trump, em 2016 (nos EUA), a esquerda não se preocupava com fake news (notícias falsas). Entretanto, de uma hora para outro, o combate as noticias falsas se tornou a prioridade nº 01 deles no Brasil e no mundo. Por que isso somente agora? A resposta pode está no medo de perder a hegemonia social e deixar de ter o poder de construir narrativas que lhes possibilite a canonização de si mesmos. Quando eles estavam no poder não viam problemas nos fake news. Só para se ter uma ideia, nas ultimas eleições o PT foi mestre em produzir noticias falsas por intermédio dos MAVs (Militância em Ambientes Virtuais) e nunca se preocuparam com isso.
A verdade é que a esquerda não sabe conviver com o contraditório, são impositivos e autoritários. Mesmo possuindo o controle da grande mídia, do sistema educacional e do meio cultural querem censurar as redes sociais, usando como álibi as fake news, para assim evitar a livre circulação de ideias que possam de alguma forma se contrapor aos seus interesses de poder.
Algumas pessoas, se dizendo “isentas” e “neutras”, afirmam que não é mais adequado dividir o mundo entre direita e esquerda, segundo eles o correto é ser pragmático, isto é, adotar aquilo que for melhor (tanto da direita ou como da esquerda). Jean Paul Sartre, numa época em que a esquerda ainda não possuía a hegemonia que tem hoje, afirmou que “se uma pessoa diz que não existe nem direita e nem esquerda é por que com certeza ele é de direita”. Entretanto, isso se inverteu, atualmente a esquerda goza de hegemonia (especialmente cultural),no presente o mais correto seria dizer que “se uma pessoa afirma que não existe nem direita e nem esquerda, é por que com certeza ele é de esquerda”.
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