domingo, 4 de novembro de 2012

EUA continuarão dominantes, mas terão de se acostumar a dividir poder


     O ordenamento global que caracteriza nossa geração foi desenhado pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e tem sido por eles operado desde então.

     Contudo, a hegemonia norte-americana tradicional encontra-se em via de extinção.
Na nova constelação, os Estados Unidos continuam na dianteira, mas a atitude é de primazia: projetam influência nos quatro cantos do planeta como nenhum outro país consegue fazer, sem por isso ter capacidade para ditar as regras do jogo, como o faziam no passado.

     Assim, o grande desafio norte-americano não é o radicalismo islâmico nem a ascensão da China.

     O problema é adaptar-se a um ambiente global em que os novos centros de poder utilizam regras e instituições criadas em Washington em benefício próprio, desafiando preferências americanas.

     Basta pensar no papel desafiador dos emergentes em instâncias como a ONU, o FMI, a OMC e o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear).

     Nesse ambiente, os Estados Unidos precisam fazer concessões às quais ninguém em Washington está acostumado.

   Para muitos, isso abre espaço inédito para visões alternativas sobre como organizar o mundo.

     Entretanto, também cria enormes desafios. Afinal, se nas últimas décadas os EUA foram os maiores beneficiados das relações internacionais, também foram seus principais financiadores.

     Basta pensar no papel do contribuinte norte-americano no custeio da garantia da livre navegação dos mares, um bem público essencial para os países emergentes.

     Ou pensar no papel desse mesmo contribuinte como credor de última instância quando graves crises financeiras assolam a estabilidade de todo o sistema.

    O desafio central de Washington nos próximos dez anos será conviver com novos centros de poder na resolução de problemas globais que demandam ação coletiva.

     Hoje ninguém sabe se isso é factível.
MATIAS SPEKTOR é doutor pela Universidade de Oxford e coordenador do Centro de Relações Internacionais da FGV

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Veja quanto tempo os condenados no mensalão podem ficar na cadeia

Réus podem ir para uma penitenciária ou cumprir prisão domiciliar


    Com previsão de término até o final deste mês, o julgamento do mensalão está concentrado em determinar as penas para os condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Até agora, apenas Marcos Valério teve sua pena estimada. Ele pode ser condenado a mais de 40 anos de prisão e a pagar multa de R$ 3 milhões.

   As sessões estão suspensas até o dia 7 devido ao afastamento do relator. O ministro Joaquim Barbosa viaja para a Alemanha para realizar uma cirurgia na coluna. Barbosa assume a presidência da Corte no dia 22 deste mês.

    Até agora, nenhuma das penas está completamente definida. Nesta fase do julgamento, conhecida por dosimetria, os magistrados analisam os crimes e determinam quanto tempo cada um deve cumprir da pena. Entretanto, até o término da dosimetria, estes valores podem ser alterados livremente.
    Outra mudança que pode definir os rumos do julgamento é a aposentadoria do ministro Carlos Ayres Britto. O atual presidente do STF completará 70 anos no próximo dia 18, o que lhe obriga a se retirar da Corte.
    Acompanhe abaixo as situações de todos os envolvidos no processo do mensalão, além das possíveis penas que cada um pode pegar.